quinta-feira, 27 de março de 2014

LITURGIA - Aula 1: LITURGIA COMO OBRA DE DEUS

(anotações referentes à aula de 26/03/2014, ministrada pelo Diácono Arthur)

1.1 “DEIXA-NOS FAZER UMA FESTA PARA O NOSSO DEUS NO DESERTO”, Êxodo como culto e libertação
  • Ex 2,23-25: Os hebreus gemiam e gritavam sob o peso da servidão, incapacidade de dirigir a Deus palavra inteligível;
  • Ex 4,17-20: Sair para sacrificar a Deus no deserto, experiência da liberdade a partir do culto;
  • Ex 8,21-23; 10, 8-11; 10, 24-26: Culto querido por Deus não está sujeito aos interesses dos poderosos. 
1.2 LITURGIA, OBRA DA SANTÍSSIMA TRINDADE (cat. 1076-1109)
  • Pai, fonte e fim da Liturgia
  • A obra de Cristo na Liturgia
  • O Espírito Santo e a Igreja na Liturgia 
1.2.1 PAI, FONTE E FIM DA LITURGIA
ABENÇOAR
  • Fonte e fim de todas as bênçãos
  • Criação e salvação
  • Palavra (dizer bem) e Dom (ação histórica)
DUPLA DIMENSÃO DA LITURGIA
  • Katabática (descida)
  • Anabática (ascensão): Culto, Liturgia, Ação de graças
1.2.2 OBRA DE CRISTO NA LITURGIA
CRISTO AGE ATUALMENTE PELOS SACRAMENTOS
  • Instituídos por Ele
  • Sinais eficazes: significam e realizam
  • Sacramentum e Mysterion 
MISTÉRIO PASCAL
Vida de Cristo e sua Páscoa são eventos que fazem parte da eternidade divina.
Páscoa sempre presente e abraça todos os tempos

SUCESSÃO APOSTÓLICA
  • Mandato de Cristo
  • Levar a efeito o que anunciam: pelos sacramentos e pelo sacrifício
  • Comunicação do ES: poder de santificação (Jo 20,21-23)
1.2.3 O ESPÍRITO SANTO E A IGREJA LITURGIA
PREPARA A IGREJA PARA ENCONTRAR CRISTO
  • Toda liturgia é um encontro de Cristo e a Igreja
  • Conversão e adesão
RECORDA E MANIFESTA CRISTO À FÉ DA ASSEMBLEIA
  • ES, memória viva da Igreja (Palavra de Deus, relação viva com Cristo)
  • Memória que suscita louvor e ação de graças.
TORNA CRISTO PRESENTE E ATUALIZA O SEU MISTÉRIO
  • O Espírito Santo atualiza o mistério pascal de Cristo em cada  celebração;
  • Torna presente (epiclese)
UNE A IGREJA À MISSÃO DE CRISTO
  • Comunhão com Cristo para formar seu corpo
  • Finalidade: Comunhão com a Santíssima Trindade e com os irmãos.

1.3 LITURGIA, EXERCÍCIO DO SACERDÓCIO DE CRISTO (SC 7)
  • Liturgia é considerada exercício função sacerdotal de Cristo (SC 7), analisemos a partir dos seguintes elementos:
  • Mediação
  • Mistério Pascal
  • Presença
1.3.1 JESUS CRISTO, ÚNICO MEDIADOR (1Tm 2,5)
  • CENTRO DA CRISTOLOGIA
  • Verdadeiro Deus Verdadeiro homem (Calcedônia – a.D.451)
CENTRO DA LITURGIA
  • torna possível a oração cristã,
  • religião humana alcança valor salvífico e finalidade;
1.3.2 MISTÉRIO PASCAL
PÁSCOA
  • História de Salvação
  • Evento ritualizado (AT)
  • Cristo, irrupção do Reino de Deus no ritual
SANGUE DA NOVA E ETERNA ALIANÇA
  • Continuidade e descontinuidade das Alianças
MISTÉRIO PASCAL
  • Mistério como manifestação da vontade salvadora de Deus (Mc 4,11; Col 2,2...)
  • Integralidade
  • Decadência da morte e esperança da ressurreição garantida pela vitória de Cristo.
1.3.3 PRESENÇA DE CRISTO NA LITURGIA (Mt 28,20)
SINAIS SENSÍVEIS
  • Como são tratados Evangeliário e Espécies Eucarísticas 
PRESENÇA PRIVILEGIADA NA LITURGIA
  • Isto é o meu corpo....Isto é o meu sangue...
  • Formas de presença
PRESENÇA
  • Mediada (ES, Sacramentos, pessoas, símbolos...)
  • Eficaz (Pelo ES Cristo está presente hoje!)
  • Re-presentação (presentificação da obra de Cristo)
  • Contemporaneidade nos atos salvíficos de Deus
  • Presença real

BIBLIOGRAFIA
CONCÍLIO ECUMÊNICO VATICANO II. Constituição apostólica Sacrossanctum Concilium. São Paulo: Paulus, 2001.
Catecismo da Igreja Católica. Trad. São Paulo: Loyola, 2000.
Bíblia de Jerusalém
MARTIMORT. A Igreja em Oração: Introdução à Liturgia. Barcelos: Minho, 1965.
GERHARDS; KRANEMANN. Introdução à Liturgia. São Paulo: Loyola, 2013.
RATZINGER. Introdução ao Espírito da Liturgia. 5.ed. Prior Velho (POR): Paulinas, 2012.
ROLAND MEYNET.  Chiamati alla libertà. Bologna: EDB, 2008.

ANEXO 1: Oração das Vésperas
http://www.liturgiadashoras.org/quaresma/quaresma3.html

ANEXO 2: Documentos da Igreja

SACROSSANCTUM CONCILIUM (Constituição Dogmática do Concílio Vaticano II sobre a Sagrada Liturgia)
5. Deus (...) quando chegou a plenitude dos tempos, enviou o Seu Filho, (...)[cuja] humanidade foi, na unidade da pessoa do Verbo, o instrumento da nossa salvação. (...) Esta obra da redenção dos homens e da glorificação perfeita de Deus (...) realizou-a Cristo Senhor, principalmente pelo mistério pascal da sua bem-aventurada Paixão, Ressurreição dos mortos e gloriosa Ascensão. 
7. Para realizar tão grande obra, Cristo está sempre presente na sua Igreja, especialmente nas ações litúrgicas. Está presente no sacrifício da Missa, quer na pessoa do ministro - «O que se oferece agora pelo ministério sacerdotal é o mesmo que se ofereceu na Cruz» - quer e, sobretudo sob as espécies eucarísticas. Está presente com o seu dinamismo nos Sacramentos, de modo que, quando alguém batiza, é o próprio Cristo que batiza. Está presente na sua palavra, pois é Ele que fala ao ser lida na Igreja a Sagrada Escritura. Está presente, enfim, quando a Igreja reza e canta, Ele que prometeu: «Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, Eu estou no meio deles» (Mt 18,20). 
Em tão grande obra, que permite que Deus seja perfeitamente glorificado e que os homens se santifiquem, Cristo associa sempre a si a Igreja, sua esposa muito amada, a qual invoca o seu Senhor e por meio dele rende culto ao Eterno Pai. Com razão se considera a Liturgia como o exercício da função sacerdotal de Cristo. 
Nela, os sinais sensíveis significam e, cada um à sua maneira, realizam a santificação dos homens; nela, o Corpo Místico de Jesus Cristo - cabeça e membros - presta a Deus o culto público integral. 
Portanto, qualquer celebração litúrgica é, por ser obra de Cristo sacerdote e do seu Corpo que é a Igreja, ação sagrada por excelência, cuja eficácia, com o mesmo título e no mesmo grau, não é igualada por nenhuma outra ação da Igreja. 

CARTA ENCÍCLICA “MEDIATOR DEI” DO PAPA PIO XII
19. O culto se organiza e se desenvolve segundo as circunstâncias e as necessidades dos cristãos, se enriquece de novos ritos, cerimônias e fórmulas, sempre com o mesmo intento: "a fim de que sejamos estimulados por aqueles sinais... conheçamos o progresso realizado e nos sintamos solicitados a desenvolvê-lo com maior vigor; o efeito, de fato, é mais digno, se mais ardente é o afeto que o precede". Assim a alma se eleva a Deus mais e melhor; assim o sacerdócio de Jesus Cristo está sempre em ato na sucessão dos tempos, não sendo a liturgia outra coisa que o exercício desse sacerdócio. Como a sua cabeça divina, assim a Igreja assiste continuamente os seus filhos (...). 

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA (confira números 1077-1109)
1110. Na liturgia da Igreja, Deus Pai é bendito e adorado como fonte de todas as bênçãos da criação e da salvação, com que nos abençoou no seu Filho, para nos dar o Espírito da adoção filial. 
1111. A obra de Cristo na liturgia é sacramental, porque o seu mistério de salvação torna-se ali presente pelo poder do seu Espírito Santo; porque o seu corpo, que é a Igreja, é como que o sacramento (sinal e instrumento) no qual o Espírito Santo dispensa o mistério da salvação; e porque, através das suas ações litúrgicas, a Igreja peregrina participa já, por antecipação, na liturgia do céu. 
1112. A missão do Espírito Santo na liturgia da Igreja é preparar a assembleia para o encontro com Cristo, lembrar e manifestar Cristo à fé da assembleia, tornar presente e atualizar a obra salvífica de Cristo pelo seu poder transformante e fazer frutificar o dom da comunhão na Igreja. 
Pontos a refletir: 
= Ao auxiliar a preparação da liturgia da minha comunidade preferimos o entretenimento ou manifestar a realidade de glorificação a Deus e santificação dos homens que ali ocorre? 
= Busco compreender e valorizar os gestos e palavras da Liturgia ou os encaro como formalismo e repetição vazia? Manifesta esta minha impressão aos demais catequistas e aos catequisandos? 
= Agora compreendemos a dupla dimensão da liturgia: Glorificação de Deus (katabática) e Santificação dos homens (anabática) a partir disso como posso expressar a participação ativa dos fiéis na Liturgia
(Atualizado com as imagens em 29/03/2014)

BÍBLIA - Aula 1: INTRODUÇÃO AO LIVRO DO GÊNESIS

(anotações referente à aula do dia 19/03/2014, ministrada pelo diácono Ubirajara, de Poá)
Dizemos que a história sagrada começa com Abraão e os seus. Na realidade, Deus não esperou o tempo de Abraão para iniciar sua obra de salvação. Em vista disto, colocaram a criação nos primeiros capÍtulos do Gênesis (Gn)  antes da história de Abraão, apresentando uma reflexão religiosa sobre a caminhada da humanidade.
Lembramos que a Bíblia não apresenta uma história cronológica, mas sim a caminhada espiritual do povo de Deus e o próprio amor de Deus. Por isso a linguagem usada é muito simbólica, fundamentada no contexto e na experiência humana em seu relacionamento com Deus, e não deve ser compreendida literalmente (“ao pé da letra”).
Um escritor desconhecido foi cognominado de "Javista" (porque chama Deus de Javé) e compôs uma primeira história do povo de Deus, que começa com o relato do "Paraíso".  (Gn 2,46b-25) Fala de um Deus trabalhador, que cria, sopra (hálito de vida) e modela. Deus cria a humanidade para a felicidade (= paraíso). Na Bíblia, dormir é morrer. O homem morre para si mesmo para se unir à mulher e formar “uma só carne” (Gn 2,24); sai do seu isolamento e busca o bem do outro e a convivência para realizar a sua vocação.
Outro autor escreveu outra história no reino de Israel, no século seguinte. Este autor é chamado de "Eloísta", para distinguir do primeiro. Ele não fala o nome de Deus, chama-o simplesmente heloim (em hebraico = Deus). Segundo esta concepção, Deus cria pela Palavra (Gn 1,1-31). Sete é um número simbólico que significa perfeição. Só Deus cria pela Palavra. Segundo esta visão babilônica, já existia o caos. Deus demiurgo é aquele que organiza o caos.
Ainda no século IV, durante o Exílio na Babilônia, os sacerdotes escreveram vários parágrafos com a finalidade de fazer uma reflexão religiosa da história que viviam. (Gn 2,1-4a).
Iniciemos então uma leitura analítica dos três primeiros capítulos do Gênesis.
Dizemos que a história sagrada começa com Abraão e os seus. Na realidade, Deus não esperou o tempo de Abraão para iniciar sua obra de salvação. Em vista disto, colocaram a criação nos primeiros capitulos do Gênesis (Gn)  antes da história de Abraão, apresentando uma reflexão religiosa sobre a caminhada da humanidade.
Lembramos que a Bíblia não apresenta uma história cronológica, mas sim a caminhada espiritual do povo de Deus e o próprio amor de Deus. Por isso a linguagem usada é muito simbólica, fundamentada no contexto e na experiência humana em seu relacionamento com Deus, e não deve ser compreendida literalmente (“ao pé da letra”).
Um escritor desconhecido foi cognominado de "Javista" (porque chama Deus de Javé) e compôs uma primeira história do povo de Deus, que começa com o relato do "Paraíso".  (Gn 2,46b-25) Fala de um Deus trabalhador, que cria, sopra (hálito de vida) e modela. Deus cria a humanidade para a felicidade (= paraíso). Na Bíblia, dormir é morrer. O homem morre para si mesmo para se unir à mulher e formar “uma só carne” (Gn 2,24); sai do seu isolamento e busca o bem do outro e a convivência para realizar a sua vocação.
Outro autor escreveu outra história no reino de Israel, no século seguinte. Este autor é chamado de "Eloísta", para distinguir do primeiro. Ele não fala o nome de Deus, chama-o simplesmente heloim (em hebraico = Deus). Segundo esta concepção, Deus cria pela Palavra (Gn 1,1-31). Sete é um número simbólico que significa perfeição. Só Deus cria pela Palavra. Segundo esta visão babilônica, já existia o caos. Deus é quem organiza o caos.
Ainda no século IV, durante o Exílio na Babilônia, os sacerdotes escreveram vários parágrafos com a finalidade de fazer uma reflexão religiosa da história que viviam. (Gn 2,1-4a).
Iniciemos então uma leitura analítica dos três primeiros capítulos do Gênesis.

GÊNESIS
Gênesis significa nascimento, origem, princípio. Nos três primeiros capítulos podemos distinguir duas partes: origem do mundo e origem da humanidade. São duas composições que procuram mostrar o lugar e a importância do homem e da mulher dentro do projeto de Deus: eles são o ponto mais alto e o centro de toda a criação. Feitos imagem e semelhança de Deus, possuem o dom da criatividade, da palavra e da liberdade.
Tudo o que Deus cria é bom; o mal entra no mundo através da auto-suficiência do ser humano. A história dos homens aparece dominada pelo mal e, ao mesmo tempo, amparado pela graça de Deus (Gn 3,15).

COMENTÁRIOS AO CAPÍTULO 1 = RELATO ELOÍSTA
O relato da criação é uma descrição muito bem arquitetada pelo autor inspirado, para transmitir, para transmitir verdades fundamentais sobre a fé: a existência de um único Deus, a criação de todos os seres, a partir do nada; a sabedoria divina do Criador; sua onipotência; a quem se atribui o bem e o mal; o homem é o apogeu da criação: sua grandeza está em ser imagem e semelhança de Deus; o matrimônio é de instituição divina e se destina a propagação do gênero humano. O homem, por motivo religioso deve, após seis dias de trabalho, santificar pelo repouso o sétimo dia (sábado, celebrar a Aliança, prestar culto a Deus). Aqui está a razão do autor Eloísta distribuir a formação do mundo em seis dias.

Alguns destaques:
Gn 1,2 “as trevas cobriam o abismo e o espírito de Deus pairava sobre as águas”. Aqui a palavra espírito vem do termo hebraico ruah = vento, sopro. Não deve ser atribuído ao Espírito Santo, pois “vento e águas” são imagens que, por seu caráter negativo, preparam a noção da criação a partir do nada.
Gn 1,4 O plural “façamos” também não deve ser atribuído à Trindade, pois explica-se pela transposição a Deus da linguagem própria das cortes, onde o rei (com o plural) queria associar à sua pessoa ministros e cortesãos. Ou seja, este é um recurso literário do autor e não revelação trinitária.

COMENTÁRIOS Gn 2,4b-3,24
A seção Gn 2,4b-3,24 pertence à fonte javista. Não é, como se diz, uma “segunda narrativa da criação”. Foi escrita no tempo DO REI Salomão, no século X. Seguida de uma narrativa de queda, são duas narrativas combinadas que usam tradições diversas: uma da criação do homem distinta da criação do mundo (como apresentou no capítulo 1) e que só se completa com a criação da mulher e uma narrativa do paraíso perdido, da queda e do castigo.
Também traz uma mensagem religiosa: Deus criou a terra para que o homem dela usufrua e possua vida plena (árvore da vida). A única condição é o homem obedecer a Deus, ao seu projeto de vida e fraternidade e não querer decidir por si mesmo o que é o bem e o mal (comer do fruto proibido) a fim de não ser a casa de espécie alguma de opressão e morte.
O Capítulo 3 procura explicar a origem do mal. O centro da questão é a pretensão de ser como Deus, usurpando o lugar do Deus verdadeiro para se tornar auto-suficiente, isto é, um falso deus. A auto-suficiência é a mãe de todos os males, que são apenas consequência dela.

Alguns destaques:
Gn 3,1 A serpente serve como máscara para ser hostil a Deus, ser o diabo, o adversário e o inimigo do homem. A serpente também é símbolo de esperteza, astúcia, divindade pagã dos cananeus.
Gn 3,15 “Porei inimizade entre ti e a descendência da mulher, ela te esmagará a ca cabeça e tu lhe ferirá o calcanhar”. Este texto é chamado de “Proto evangelho” pois ao entrar o pecado no mundo, Deus já anuncia a boa-nova da salvação: a descendência da mulher, que é Jesus, filho de Maria (a nova Eva).
Gn 3,17 “maldito o solo por tua causa”. O pecado traz danos cósmicos, toda a criação sobre com o pecado do homem.

(Atualizado em 05/05/2014)

Anexo: COMO FOI ESCRITA A BÍBLIA?
A Bíblia foi escrita ao longo de mais de mil anos! No começo (mais ou menos 1200 anos antes de Cristo), as histórias do povo eram contadas de pais para filhos, em casa ou nos santuários onde iam, em romaria, rezar e re­partir os bens com os pobres.
Mais ou menos mil anos a.C. (antes de Cristo), o povo começou a escrever essas his­tórias em folhas de papiro (um tipo de papel) e pergaminho (couro seco de ovelha). O ob­jetivo era preservar bem na memória a reve­lação de Deus na vida do povo.
Por fim, no século I depois de Cristo, os primeiros cristãos escreveram sua ex­periência com Jesus de Nazaré. A Bíblia foi termin.ada por volta do ano 100 d.C. (depois de Cristo).

A VOZ DO POVO É A VOZ DE DEUS
Cada livro bíblico nasceu da mão do povo na busca da paz. Esses livros estavam no plano de Deus. Eram instrumen­tos queridos por Ele para ajudar o povo em sua busca.
Todo projeto humano a favor da vida nas­ce do coração do próprio Deus. Cada palavra de vida é inspirada por Ele. Todo projeto de morte não é inspi­rado por Deus e não conta com sua colaboração.
Os livros da Bíblia são inspirados por Deus por­que trazem projetos de vida. São sagrados e devem ser estudados, meditados e levados à prática. 
Muitos outros livros nasceram da vivência do povo de Deus. Por que apenas 73 deles estão na Bíblia?
Imaginem se vocês passassem a vida viajando, como o povo cigano. O que iriam levar na mochila? Claro, ape­nas os objetos indispensáveis para viver bem.
O povo de Deus fazia a viagem da vida e percebeu que não dava para carregar na mochila do coração to­dos os livros já escritos. Por isso, num certo momento resolveu sentar e escolher os livros mais importantes, ou seja, aqueles inspirados por Deus.
A lista dos livros bíblicos chama-se cânon. Só en­traram no cânon os livros inspirados. O povo foi per­cebendo durante a caminhada que esses livros nasce­ram no coração de Deus.

CONVERSANDO E RESPONDENDO:
Quais são os projetos que animam, hoje, a cami­nhada das pessoas em geral? Qual é o projeto do povo cristão?
Hoje, que projetos humanos trazem a marca da inspiração divina?
EM QUE LÍNGUAS A BÍBLIA FOI ESCRITA?
Os primeiros textos foram escritos em hebraico, língua falada pelos hebreus. 
Por volta de 300 a.C., o grego estava sendo falado em todo canto. Na terra da Bíblia nem se falava mais o hebraico, mas o aramaico. 
Foi preciso traduzir o AT para o gre­go. Na tradução foram incluídos sete livros escritos originalmente em grego ou aramaico, chamados deuterocanônicos ­(que quer dizer segunda lista). São: Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, 1° e 2º Macabeus e Baruc.
Muitos judeus da época não aceitaram a tradução. Hoje, eles só consideram sagrados os livros escritos originalmente em hebraico. Eles não aceitam os deuteroca­nônicos como livros sagrados. 
Os primeiros cristãos entendiam melhor o grego e aceitaram a tradução. Acolheram também os livros deuterocanônicos como Palavra de Deus.

UMA SÓ BÍBLIA, UMA SÓ FÉ
Será que a Bíblia dos evangéÍicos ou crentes é diferente da Bíblia dos católicos? 
Não! É a mesma Palavra de Deus, com o mesmo conteúdo. No entanto, há uma pequena diferença no cânon ou lista que os dois grupos adotaram. 
Enquanto o cânon evangélico tem 66 livros, o cânon católico tem 73. Os evangélicos não adotam os sete livros deuterocanônicos. Assim também fa­zem os judeus. 
Já em relação ao NT não há qualquer diferença: católicos e evangélicos aceitam os mesmos 27 livros. Os judeus não reconhecem Jesus como Se­nhor, por isso ficam apenas com os livros do AT.
O grande sonho de Deus é que todos os povos vivam unidos em torno do Reino. Superamos as diferenças quando somos fiéis à vida e ao Deus da Bíblia. 

GESTO CONCRETO
Pesquisar: Quais as famílias da região que ainda não têm sua própria Bíblia?
Fazer um mutirão entre catequistas e catequizandos. Cada turma pode visitar e oferecer a essas famílias uma Bíblia, conseguidas com o esforço de toda a turma.

(extraído do ECOANDO, editora Paulus)

SAGRADA ESCRITURA

(em construção, anotações da aula do dia 26/02/2014, ministrada pelo padre Beniamino Resta, da Paróquia São Bartolomeu, em Itaquaquecetuba)

terça-feira, 25 de março de 2014

CATEQUÉTICA

(minhas anotações referentes à aula do dia 19/02/2014, ministrada pelo Pe. Vicente Frissulo,
 da diocese de São Miguel)
A catequese vem atender ao apelo de evangelização da Igreja. Mas, o que Deus quer da sua Igreja? 
A missão de todo cristão é evangelizar, é levar os irmãos ao batismo e fazer discípulos do Mestre (Mt 28,19-20; Mc 16,15-16; Lc 24,46-47; Jo 20,21-23). Na catequese, não se “acha” nada (opinião particular), não se fala por si mesmo, e sim em nome da Igreja.
O Pai quer salvar o mundo. O Filho se aproxima tanto de nós que vive nossa vida humana, com todas as suas alegrias e sofrimentos. E só na Igreja encontramos Jesus, pois a nossa fé baseia-se no seu ensinamento.
A Catequese é explicar o querigma, o essencial de nossa fé. Katha é (em grego) ressoar. É ajudar o outro descobrir Deus tão humano e tão divino!
“Reconheçam de coração o Cristo como Senhor, estando sempre prontos a dar a razão de sua esperança a todo aquele que a pede a vocês” (1Pd 3,15). Apresentemos os motivos de nossa fé! Para explicar precisa tempo. 
“Quanto a você, permaneça firme naquilo que aprendeu e aceitou como certo” (2Tm 3,14). Ser discípulo é fazer novos discípulos, é um processo que nos prepara para a ação. É uma ação na fé que aprofunda ainda mais a nossa fé. 
A catequese é na comunidade e para a comunidade, para evangelizar os seus membros. É uma ação pastoral para fixar o que se aprendeu; do conjunto das pastorais, não uma ação isolada de iniciativa dos catequistas.
A fé nasce da Palavra: a partir do que se anuncia. A catequese faz parte do ministério da Palavra, o anúncio da boa-nova. (Outros ministérios são, por exemplo, curar, falar línguas, expulsar demônios, etc.) 
A quem cabe esta missão? Os primeiros apóstolos foram enviados para a anunciar os fundamentos da fé. Os profetas falam em nome de Deus, com entusiasmo. Os catequistas hoje formam a comunidade na compreensão de Jesus.  Anunciam a Palavra e educam a comunidade para fazer mais discípulos.
Quais são as fontes da vocação? Deus e a comunidade de discípulos catequistas. “Eu sou o Caminho.” Os catequizandos devem experimentar o mergulho na água e no coração de Deus, na dimensão sacramental. E juntar à dimensão sacramental a dimensão vivencial, no conjunto da evangelização. “Eu estava com fome, estava com sede...” (Mt 25,35)
Rossana

quarta-feira, 5 de março de 2014

QUARESMA

"O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo.
Convertei-vos e crede no Evangelho!" 
(Marcos 1, 15).

“Quaresma” vem do latim quadragésima, é o período de quarenta dias que antecedem a Páscoa a festa ápice dos Cristãos, a ressurreição de nosso Senhor Jesus. Tempo que recorda os 40 dias que Jesus passou no deserto, os 40 anos de peregrinação do povo Judeu no Deserto.
Todos os cristãos durante a quaresma devem seguir as três grandes linhas de ação propostas para este período: a oração, a penitência e a caridade. Os cristãos devem recolher-se para a reflexão para se aproximar de Deus, buscando uma conversão verdadeira.
É tempo propício para o jejum e abstinência, que são propostos pela igreja como forma de sacrifício que deve ser feito por todos os batizados. É recomendado a todos buscarem, antes da Páscoa, o Sacramento da Confissão.
Diácono Arnaldo

A INICIAÇÃO CRISTÃ

(anotações referentes ao tema aula do dia 12/02/2014, ministrada pelo Pe. Ézio, com base nas anotações de Dalva e Teresa Cristina e em alguns conhecimentos práticos sobre a iniciação cristã)

A Iniciação é uma série de ações ou ritos que marcam etapas, através dos quais se admite uma pessoa dentro de um grupo.

Iniciação social é um exemplo. Quando um jovem sai de casa e vai viver na sociedade, ele tem que realizar algumas ações.

1ª Etapa. Separar a pessoa da casa e da família, sentir que não podemos ter essa proteção para sempre.

2ª Etapa. É uma fase difícil: temos que aprender sobre as coisas e transformar a realidade.

3ª Etapa. Agregar-se, integrar-se à comunidade existente.

No caso da Iniciação cristã, temos etapas a serem cumpridas e que são marcadas por símbolos e momentos solenes: a apresentação à comunidade, assinalação na fronte e nos sentidos, entrega da Bíblia, do Pai Nosso, da cruz e do Creio. 
Dentro dessa mística, aliada à reflexão sobre a liturgia dominical e ao tempo litúrgico, os catequizandos vão sendo introduzidos à caminhada na fé cristã. Os sacramentos se tornam uma consequência e uma parte dessa caminhada.

O catequista deve estar atento ao que as crianças/ jovens/ adultos querem falar, para responder clara e objetivamente. Entrar no íntimo da criança e tirar de dentro dela tudo aquilo que o incomoda.
As palavras do catequistas precisam refletir a nossa alegria e a disposição de quem encontrou Jesus Cristo.