quarta-feira, 28 de maio de 2014

LITURGIA - Aula 5: O CICLO DOS TRÊS ANOS E O MODELO CATECUMENAL DA CATEQUESE

(aula do dia 28/05/2014*, ministrada pelo diácono Arthur)

5.1. LITURGIA DA PALAVRA
SC 24 (Sacrossanctum Concilium). É enorme a importância da Sagrada Escritura na celebração da Liturgia. Porque é a ela que se vão buscar as leituras que se explicam na homilia e os salmos para cantar; com o seu espírito e da sua inspiração nasceram as preces, as orações e os hinos litúrgicos; dela tiram a sua capacidade de significação as ações e os sinais. Para promover a reforma, o progresso e adaptação da sagrada Liturgia, é necessário, por conseguinte, desenvolver aquele amor suave e vivo da Sagrada Escritura de que dá testemunho a venerável tradição dos ritos tanto orientais como ocidentais.
__. 51. Prepare-se para os fiéis, com maior abundância, a mesa da Palavra de Deus: abram-se mais largamente os tesouros da Bíblia, de modo que, dentro de um período de tempo estabelecido, sejam lidas ao povo as partes mais importantes da Sagrada Escritura.
DV 21 (Dei Verbum). A Igreja venerou sempre as divinas Escrituras como venera o próprio Corpo do Senhor, não deixando jamais, sobretudo na sagrada Liturgia, de tomar e distribuir aos fiéis o pão da vida, quer da mesa da palavra de Deus quer da do Corpo de Cristo.
VD 53 (Verbum Domini). De fato, na relação entre Palavra e gesto sacramental, mostra-se de forma litúrgica o agir próprio de Deus na história, por meio do carácter performativo da Palavra. Com efeito, na história da salvação, não há separação entre o que Deus diz e faz; a sua própria Palavra apresenta-se como viva e eficaz (cf. Hb 4, 12), como aliás indica o significado do termo hebraico dabar. Do mesmo modo, na ação litúrgica, vemo-nos colocados diante da sua Palavra que realiza aquilo que diz
São Jerônimo (VD 55): «Lemos as Sagradas Escrituras. Eu penso que o Evangelho é o Corpo de Cristo; penso que as santas Escrituras são o seu ensinamento. E quando Ele fala em comer a minha carne e beber o meu sangue” (Jo 6, 53), embora estas palavras se possam entender do Mistério [eucarístico], todavia também a palavra da Escritura, o ensinamento de Deus, é verdadeiramente o corpo de Cristo e o seu sangue. Quando vamos receber o Mistério [eucarístico], se cair uma migalha sentimo-nos perdidos. E, quando estamos a escutar a Palavra de Deus e nos é derramada nos ouvidos a Palavra de Deus que é carne de Cristo e seu sangue, se nos distrairmos com outra coisa, não incorremos em grande perigo?».
CICLO TRIENAL (PARA DOMINGOS DO TEMPO COMUM):
Ano A – Mateus (2014, 2017, 2020, 2023...)
Ano B – Marcos (2015, 2018, 2021, 2024...)
Ano C – Lucas (2016, 2019, 2022, 2025...)
CICLO BIENAL (FÉRIAS DO TEMPO COMUM):
Ano Par (2010, 2012, 2014, 2016, 2018...)
Ano ímpar (2011, 2013, 2015, 2017, 2019...)

5.2 O CICLO TRIENAL NA CATEQUESE
ANO A – MATEUS (2014, 2017, 2020, 2023...). “IGREJA”. Exemplo: 3º Domingo (Mt 4,12-23):
= Pregação aos pagãos e proximidade do Reino de Deus :
- Jesus anuncia o Evangelho em primeiro lugar àqueles que estão distantes e quer fazer deles um Novo Povo;
- Igreja Instituída por Jesus Cat. 763ss
= Cristo convoca os primeiros discípulos:
- Denominações e imagens da Igreja Cat. 751
ANO B (MARCOS). “CRISTO”. Exemplo: 11º Domingo (Mc 4,26-34)
·        Anúncio do Reino de Deus (Cat.543ss)
·        Crescimento do Reino é dom de Deus (Parábola da Semente)
·        Presença do Reino deve causar grandes mudanças no nosso modo de ver as coisas conforme o desígnio do Pai e não conforme os nossos (parábola da mostarda).
ANO C (LUCAS). “DISCIPULADO”. Exemplo: 23º Domingo (Lc 14, 25-33)
Preferir pai, mãe e família ou Cristo
  • Cristo, centro de toda a vida.
  • Virgindade e celibato pelo Reino (Cat.1618ss)
Pobreza em espírito
  • Décimo Mandamento (não cobiçar as coisas alheias)
  • A pobreza de coração (Cat. 2544ss)
DNC 105 (Diretório Nacional de Catequese). Ao apresentar a mensagem evangélica, a catequese observa os seguintes critérios:
a) centralidade da pessoa de Jesus Cristo, que introduz na dimensão trinitária e antropológica da mensagem;
b) valorização da dignidade humana (mistério da encarnação);
c) anúncio da Boa-Nova do Reino de Deus em vista da Salvação, o que implica uma mensagem de conversão e libertação;
d) caráter eclesial da mensagem, que remete a seu caráter histórico;
e) exigência de inculturação, uma vez que a mensagem evangélica é destinada a todos os povos; isso supõe que a mensagem seja apresentada, gradualmente, em sua integridade e pureza;
f) a mensagem cristã é orgânica; tem uma hierarquia de verdades. A visão harmoniosa do Evangelho tem um significado profundo para o ser humano.

5.3 MODELO CATECUMENAL
DAp 289 (Documento de Aparecida ref. V CELAM).  Sentimos a urgência de desenvolver em nossas comunidades um processo de iniciação na vida cristã que comece pelo querigma e que, guiado pela Palavra de Deus, conduza a um encontro pessoal, cada vez maior, com Jesus Cristo, perfeito Deus e perfeito homem, experimentado como plenitude da humanidade e que leve à conversão.

Anexo I. ORAÇÃO DAS VÉSPERAS

Anexo II. ATIVIDADE PRÁTICA EM GRUPOS

A partir de um texto bíblico: Qual é o enfoque que pode ser dado para diferentes faixas etárias:
  • de 5 a 7 anos?
  • de 7 a 9 anos?
  • de 13 a 15 anos?
(Vou pedir para o Arthur a relação dos textos bíblicos que ele usou.)

Anexo III. MINHAS ANOTAÇÕES DA AULA
O modelo catecumenal propõe utilizarmos na catequese as leituras dominicais (especialmente o evangelho) como tema a ser aprofundado, respeitando as características de cada idade. Sem deixar de lado temas essenciais de nossa fé: sacramentos, mandamentos, orações, etc. Muito pelo contrário, usando-o como base para tratar desses temas.

* Data corrigida em 22/06/2014

terça-feira, 27 de maio de 2014

SEMANA FILOSÓFICA

Na Semana passada, houve a Semana Filosófica da Faculdade Paulo VI. 
Na Quarta-feira, Prof. Alfredo Antonio Fernandes fez "Uma reflexão sobre a concepção de pessoa na pós-modernidade".



(Depois eu posto minhas anotações da palestra)

OBS: Não houve aula da Escola Diocesana de Catequese e fomos convidados a participar das palestras.



sexta-feira, 16 de maio de 2014

LITURGIA - Aula 4. ANO LITÚRGICO

(Anotações da aula de 14/05/2014, ministrada pelo diácono Arthur)

4.1 EXPERIÊNCIA NATURAL E SOBRENATURAL DO TEMPO

4.1.1 O TEMPO SAGRADO

Indefinidamente reversível: o tempo pode ser parado!
  • Festas
  • Comemorações
  • Ritos
  • Atualização dos primórdios
  • Tornar presente o tempo primordial

Chronós e Kairós

Novidade cristã
  • Historicidade da Pessoa de Jesus de Nazaré: Mt1,1-17; 2,1; Lc 1,5; 3,1-2; 3,23-38
  • Tempo histórico santificado pela Encarnação do Filho de Deus.

4.1.2 TEMPO PROFANO

Leis astronômicas dão unidades objetivos de Tempo:
  • Rotação da terra em volta do próprio eixo: +/- 24h (dia)
  • Transladação da Lua em torno da Terra: 29 dias e meio (mês)
  • Estações do ano

Vida humana regulada pela experiência da luz e da escuridão, do clima, etc.
  • Agricultura, viagem, pesca, pecuária, reguladas pelo calendário lunar (fases da lua)


4.2 FESTIVIDADES JUDAICAS
  • Fundamentos: Mandamentos bíblicos ou ensinamentos rabínicos ou história moderna de Israel
  • Natureza: Yom Tov (Dia Bom) Chag (Festival) ou Taanit (jejum)
  • Shabat (Sábado)
  • Festivais de Peregrinação: Pessach (Páscoa + Pães ázimos), Sucot (Tendas) e Shavuot (Semanas/ Pentecostes).

4.3 O CALENDÁRIO CRISTÃO

Coincidência, na Liturgia:
  • Ação representativa (hoje)
  • História da Salvação (ontem)
  • Plenitude da Salvação (amanhã)
Participação do homem (temporal) na eternidade de Deus – fatos não estão em paralelo (agora é isso, depois aquilo...), mas acontecem de uma única vez (ontem, hoje e amanhã).


Obra salvífica da Páscoa de Cristo:
  • Ilumina festividades judaicas
  • Trona-se o centro das festividades cristãs

Domingo: “Fazei isto em minha memória!”
  • Coincidência entre memória e tempo
  • Relações entre sábado e domingo
  • 1º dia e 8º dia
  • Páscoa Semanal
  • Fundamento e origem do Ano Litúrgico

CICLO DA PÁSCOA:
  • Quaresma (4ª feira de Cinzas – 5ª feira Santa);
  • Tríduo Pascal (Missa da Ceia do Senhor – Tarde do Domingo de Páscoa)
  • Tempo Pascal: até semana de Pentecostes.

CICLO DO NATAL:
  • Advento (s.IV – 1ª parte: vinda gloriosa + “novena”: 1ª vinda)
  • Natal e sua oitava (Domingo da Sagrada Família)
  • Epifania, 6 de janeiro (no Brasil o domingo entre 2 e 8 de janeiro) + Batismo do Senhor (domingo na oitava da Epifania);
Estreita ligação entre as três manifestações ou epifanias: na carne, às nações (magos) e aos judeus (Batismo).

TEMPO COMUM
  • Solenidades do Senhor (Corpus Christi, Sagrado Coração de Jesus, Cristo Rei)
  • Hierarquia das festas: Solenidades, Festas, Memórias, Comemorações
  • Festas de Nossa Senhora e calendário dos Santos

4.4 JESUS CRISTO, CENTRO DO ANO LITÚRGICO
Páscoa: Paixão, morte e Ressurreição de Jesus é o coração do Ano Litúrgico:
  • Todas as festas referem-se a este mistério, (inclusive o Natal!)
  • Reforma do Vaticano II pôs essa realidade em evidência em detrimento de um excesso de práticas piedosas e devoção aos santos


ANEXO: Oração das vésperas


segunda-feira, 5 de maio de 2014

BÍBLIA. Aula 3 - SIGNIFICADO DA PÁSCOA

(Anotações referentes à aula de 30/04/2014, ministrada pelo diácono Ubirajara, de Poá)
A cada ano, quando chega a primavera no hemisfério norte, cristãos e judeus celebram a festa da Páscoa. Ambas as celebrações coincidem no sentido libertador, do fato que comemoram e na vigência atual. No entanto, se diferenciam em outros aspectos. Primeiro, no próprio fato: saída do Egito, para os judeus; paixão, morte e ressurreição de Jesus, para os cristãos. Também em realção a seus protagonistas: Moisés e o núcleo do clã dos hebreus, que formam mais tarde o povo de Israel; Jesus e a totalidade dos homens chamados a formar a nova humanidade. 

ORIGEM DA PÁSCOA
O texto (Êxodo 12) tem toda a aparência de um relato histórico do acontecimento que teve lugar provavelmente na primeira metade do século XIII a.C., no tempo de Ramsés II (1290-1224 a.C.). Trata-se, na verdade, do ritual de sua celebração anual dos israelitas no “mês de abib”, “o primeiro dos meses do ano”.

A Páscoa dos nômades: com a chegada da primavera, as cabras e ovelhas, o gado menor dos pastores nômades, pariam e estes se dispunham a partir em busca de novas pastagens. Antes de se separarem, os nômades reuniam-se à noite de “plenilúnio” (ou seja, à lua cheia) e imolavam um cordeiro, a fim de assegurar a fecundidade do gado. O sangue do animal era untado nos paus das tendas para afastar os perigos que existiam na caminhada. Tais perigos personificavam-se nos demônios que, em sua imaginação, povoavam o deserto. As vezes, concretizava-se em um demônio determinado, o Destruidor. A própria descrição que o livro do Êxodo faz da Páscoa indica sua origem e sua condição na festa dos pastores.

A Festa dos pães ázimos: Nos povos sedentários, com a chegada da primavera e o início da colheita da cevada, tinha lugar também, um rito religioso: a oferenda da primícia da colheita, cujo fim era interpretar a abundância dos rebanhos e a fecundidade dos campos. Durante os setes dias seguintes, comia-se apenas pães sem fermento (isto é,  ázimos), feito com os grãos moídos das espigas recém-colhidas. A razão de se comer unicamente este pão ázimo pde estar relacionada com as antigas tradições que falavam de influências maléficas, evitando por isso utilizar o fermente que restou da colheita anterior para fazer fermentar o fruto da nova colheita.
Assim, no relato de Ex 12, essas festas da primavera agora se tornam um memorial da libertação do Egito, apoiada por Deus, através de seu servo Moisés.
Páscoa significa “passagem” do povo judeu, da escravidão para a libertação. Para nós, cristãos, Cristo é a nossa Páscoa, nossa “passagem” da morte para a vida.

OBSERVAÇÃO: No hemisfério norte, a primavera tem início no dia 23 de Março, assim, para os judeus, a páscoa é celebrada no primeiro sábado da lua cheia, a partir deste dia. Para nós, cristãos, é celebrada no primeiro domingo da “lua cheia”, a partir desta data, seguindo a antiga tradição.