segunda-feira, 2 de julho de 2018

REUNIÃO DIOCESANA DE JUNHO

A reunião diocesana de junho iniciou com a Oração, conduzida pela irmã Daiane. Antes de convidar a todos a traçar sobre si o “Em nome do Pai...” retomou o sentido deste sinal, que marca toda a nossa caminhada de fé, de um Deus que é Uno e Trino. Pediu a luz do Espírito Santo e propôs intenções gerais, sobre a igreja, os governantes, os pobres, fazendo memória de alguns aspectos da realidade atual.
Em seguida, a irmã acolheu e apresentou o Pe. Diogo Shishito dos Santos, assessor diocesano da Liturgia, nosso palestrante do dia. O padre, por sua vez, abordou o tema “CATEQUESE E LITURGIA”, que não são concorrentes, como muitas vezes parece, mas são intimamente ligados por um mesmo objetivo: conduzir e alimentar a nossa fé. (Mais anotações no Anexo 2.) Ao final da palestra, a irmã agradeceu a disponibilidade e a palestra do Pe. Shishito – rezamos uma “Ave Maria” – e pediu que ele nos desse a bênção. Beth entregou uma lembrancinha ao padre, em nome da equipe diocesana e, ainda na presença dele, Rossana comunicou a todos que o Pe. José Eduardo fez uma breve apresentação do projeto de iniciação cristã na última reunião do clero (mês de maio) e que foi formada uma Comissão de padres para ajudar neste processo – Pe. Diogo Shishito foi um dos indicados para esta comissão. Pode ser que essa fala (do Pe. José Eduardo) já esteja produzindo efeito junto aos padres, em favor da iniciação cristã. Concluídos os assuntos, Roseneire deu por encerrada a reunião e chamou para o lanchinho. Os AVISOS foram entregues impressos (exceto as observações em itálico, feitas posteriormente, durante a leitura na reunião):

1) Dia 21/7 às 9h: 2º Encontro Diocesano Sobre a Catequese Junto à Pessoa com Deficiência, com Sandra Ramalhoso – Equipe do Regional SUL-1. Local: Casa das Irmãs Missionárias Catequistas
2) Dia do Catequista: Missa às 19h30 na Catedral Diocesana. (Pode ser que marquemos a concentração antes.)
3) Pastoral do Surdo: Missas todos os Domingos às 10h na Paróquia N. Sra. Aparecida e São Roque – Brás Cubas, Mogi das Cruzes; 3º Domingo às 11h na Paróquia N. Sra. Paz – Centro , Ferraz de Vasconcelos; Maranathá dos Surdos 6-8 Julho: doação bolo 100 pessoas. (Ficamos de verificar qual o valor e providenciar o bolo.)


ANEXO 1. LISTA DAS PARÓQUIAS PRESENTES (22)
MOGI – B. CUBAS (05): Imaculado Coração de Maria (Jd. Universo), Nossa Senhora Aparecida e São Roque (Brás Cubas), Nossa Senhora Carmo (Sabaúna), São Maximiliano Kolbe (V. Lavínia), Santa Cruz (Taiaçupeba),
MOGI – CATEDRAL: -
MOGI – C. SOUZA (03): Santa Cruz (Ponte Grande) Santa Rita (Socorro), São Benedito (C. Souza)
ARUJÁ, GUARAREMA e SANTA ISABEL (02): Senhor Bom Jesus (Centro, Arujá), Santa Isabel (Santa Isabel)
BIRITIBA MIRIM E SALESÓPOLIS (03): São Benedito (Centro, B. Mirim), Nossa Senhora Remédios (Remédios, Salesópolis), São José (Centro, Salesópolis)
FERRAZ (03): Nossa Senhora Aparecida (V. Andeyara), Nossa Senhora Paz (Centro), Santo Antônio (V. Santo Antônio)
ITAQUAQUECETUBA (01): São Bartolomeu
POÁ (03): Nossa Senhora de Fátima (Calmon), Nossa Senhora de Lourdes (Centro), São José (V. Varela)
SUZANO (02): Nossa Senhora Mãe do Redentor (V. Amorim), Santa Suzana (Cidade Edson),

ANEXO 2. ANOTAÇÕES DA PALESTRA “CATEQUESE E LITURGIA”
O que entendemos por Liturgia? O que entendemos por Catequese?
Há muitos anos estamos falando sobre esta comunhão entre Catequese e Liturgia.
QUAL O OBJETIVO DA CATEQUESE? à formar discípulos; à evangelizar; à fazer experiência com Deus; à inserir na comunidade; à se tornar testemunho; à criar identidade cristã.
E QUAL O OBJETIVO DA LITURGIA? É o mesmo. QUAL É ENTÃO A DIFERENÇA?
* Não fazer um cabo-de-guerra: PODE X NÃO PODE. * Superar a simples “propaganda” Vocacional/ Pastoral.
O processo de evangelização é um processo relacional. É o que ensina o texto-base do Doc 107 (João 4), o texto de Jesus e a samaritana. Jesus revela “quem sou eu diante de Deus?” = identidade. A Catequese e a Liturgia promovem o encontro que me leve a conhecer que eu preciso estar na presença de Deus. A diferença é que Liturgia é uma experiência “casual” e a catequese é um encontro “marcado”, formal, que visa o conhecimento. Ambas visam que eu adquira este vínculo, esta COMUNICAÇÃO, com Deus.
Para esta comunicação com Deus, usamos os símbolos. Os símbolos nos falam muito. Por exemplo, o INCENSO nos traz o resumo do mistério pascal: a NAVETA contém os grãos de incenso (composto de parafina com perfume). A naveta representa a barca de Pedro. Quem está lá? Aqueles que foram pescados, colocados em três porções – simbolizando a Trindade.  A BRASA é a presença de Deus, a ação do Espírito Santo, que derrete e produz uma fumaça que chega até Deus. A Catequese explica e a Liturgia celebra, produz a experiência.
Outro exemplo, a cruz ao altar, na Basílica de Aparecida: é a “CRUZ DO NADA”. Vista na lateral, ela “some”. O Tudo (que é Deus) se fez “nada” para nos trazer o mistério da cruz! A Liturgia apresenta o símbolo e Catequese nos ajuda a enxergar esta realidade. Nos dá os óculos que precisamos para ler = Jesus Cristo!
Na comunicação verbal, nas aclamações que fazemos em todas as missas, temos outros exemplos. Na APRESENTAÇÃO DAS OFERENDAS, nos dirigimos ao PADRE: Receba O Senhor (que o Senhor receba), por TUAS mãos (do sacerdote, aquele que apresenta o sacrifício) este sacrifício, para a glória de seu nome (pessoa de quem eu falo), para o nosso bem e de toda a santa igreja.
A TEORIA sem dúvida é importante, mas adquire maior significado quando aplicada na PRÁTICA. Como na faculdade, quando temos a teoria e no estágio temos que compreender e aplica-la na pratica, com todas as suas adversidades. A experiência, a prática, resignifica e valoriza o que é aprendido na teoria. Por exemplo, se eu não sei o que é um CHOQUE, que eu nunca fiz esta experiência, não vai adiantar você explicar, mesmo que de maneiras diferenciadas, para o bebê. Ele só vai compreender de fato, quando experimentar. A explicação (teoria) é a Catequese; a experiência (prática) é a Liturgia.
Na teoria precisamos aprender a “REZAR DIREITO”, para enriquecer e aprofundar a nossa prática orante. Por exemplo, no Pai Nosso, oração que todos nós rezamos. Quando dizemos “PAI NOSSO” referimo-nos a Deus Pai, afirmando que acreditamos em seu Filho e no poder de seu Espírito. Deus Pai está “NOS CÉUS”, que é o lugar teológico da habitação divina. Que a vontade de Deus seja feita “assim na terra como NO CÉU”, aqui entendido como “lugar” da realização do Reino de Deus.
Como eu quero saber o que é certo e verdadeiro, se minha compreensão é incompleta? É fundamental fazer da Liturgia uma verdadeira fonte de oração. Afinal, Deus se comunica conosco não apenas através da Sagrada Escritura (Palavra), mas também por meio da Tradição (Liturgia) e do Magistério (Catequese). Essas são as três fontes que alimentam a nossa fé. É um tripé: se um deles falhar, a mesa não fica completamente equilibrada, não exerce plenamente a sua função. É sobre este tripé construímos nossa identidade cristã: faz ouvir a voz de Deus, nos conduz à identidade cristã e a celebrar de fato a nossa fé.

ANEXO 3 – LITURGIA COMO FONTE DA CATEQUESE
(Extraído do DIRETÓRIO NACIONAL DE CATEQUESE*, Documento CNBB 84, 2007)
115. Outro lugar onde se manifesta de modo sublime a Palavra de Deus, e portanto é fonte privilegiada de catequese, é a sagrada liturgia. Tendo mencionado anteriormente este tema [5 Cf. acima 51, 53 b], ele será aqui aprofundado.
2.2.1. FUNDAMENTO ANTROPOLÓGICO
116. O ser humano é, por natureza, ritual e simbólico. Refeições em família, nascimentos e mortes, festas populares, comícios, perdas e vitórias humanas são cheias de ritos. Pelo rito, expressamos o sentido da vida, oferecido e experimentado por um ser cultural. Aderir ao rito significa abrir-se ao sentido proposto por aquele grupo e, portanto, assumir sua identidade, fazer parte dele. A observância do mandamento de Jesus: “Fazei isto em memória de mim” possibilita a adesão, sempre renovada e reforçada em cada celebração, à identidade com Ele e à comunidade cristã. A identidade, nesse caso, tem a ver com o sentido da vida, a proposta do Reino (amor, comunhão, partilha...) que Jesus ensinou, viveu e nos deixou como mandamento.
A expressão ritual trabalha com ações simbólicas e estas atingem o ser humano como um todo, em suas diversas dimensões: sensorial, afetiva, mental, espiritual, individual, comunitária e social. A ligação estreita que existe entre experiência, valores e celebração nos permite formular uma espécie de lei estrutural da comunicação religiosa: aquilo que não é celebrado não pode ser apreendido em sua profundidade e em seu significado para a vida. A catequese leva em conta essa expressão de fé pelo rito para desenvolver também uma verdadeira educação para a ritualidade e o simbolismo.
2.2.2. FUNDAMENTO TEOLÓGICO
117. O Vaticano II considera a liturgia como celebração memorial do mistério pascal, na perspectiva da História da Salvação. A memória se faz na assembleia litúrgica pela leitura e interpretação das Sagradas Escrituras e pela celebração da Eucaristia e dos outros sacramentos, sacramentais, ofício divino, ano litúrgico. Essa memória é realizada na força do Espírito Santo, dando graças a Deus que torna presente e nos faz participar do Mistério Pascal de seu Filho. Na ação litúrgica o Pai é adorado e glorificado, e nos cumula de bênçãos pela presença de seu Filho Jesus Cristo nos sinais sacramentais; dá-nos o Espírito de adoção filial que prepara os fiéis, recorda e manifesta-lhes a ação salvadora de Cristo. Isso acontece na Igreja e pela Igreja que é como que o instrumento e sacramento da Salvação (cf. Catecismo 1110-1112); pela celebração dos sagrados mistérios, a Salvação torna-se hoje presente. Por isso a liturgia é ação sagrada por excelência, cume para o qual tende a ação da Igreja e, ao mesmo tempo, fonte da qual deriva sua força, e requer uma participação plena, consciente e ativa (cf. SC 7, 10 e 14). A catequese bebe desta fonte e a ela conduz.
2.2.3. LITURGIA E CATEQUESE
118. “Na liturgia Deus fala a seu povo, Cristo ainda anuncia o Evangelho e o povo responde a Deus com cânticos e orações” (SC 33): ela, ao realizar sua missão, torna-se uma educação permanente da fé. A proclamação da Palavra, a homilia, as orações, os ritos sacramentais, a vivência do ano litúrgico e as festas são verdadeiros momentos de educação e crescimento na fé. A liturgia é fonte inesgotável da catequese, não só pela riqueza de seu conteúdo, mas pela sua natureza de síntese e cume da vida cristã (SC 10; CR 89): enquanto celebração ela é ao mesmo tempo anúncio e vivência dos mistérios salvíficos; contém, em forma expressiva e unitária, a globalidade da mensagem cristã. Por isso ela é considerada lugar privilegiado de educação da fé. “A proclamação da Palavra na liturgia torna-se para os fiéis a primeira e fundamental escola da fé” (DGAE 21). As festas e as celebrações são momentos privilegiados para a afirmação e interiorização da experiência da fé. O RICA é o melhor exemplo de unidade entre liturgia e catequese. Celebração e festa contribuem para uma catequese prazerosa, motivadora e eficaz que nos acompanha ao longo da vida. Por isso, os autênticos itinerários catequéticos são aqueles que incluem em seu processo o momento celebrativo como componente essencial da experiência religiosa cristã. É essa uma das características da dimensão catecumenal que hoje a atividade catequética há de assumir.
119. Há uma relação íntima entre a fé, a celebração e a vida. O mistério de Cristo anunciado na catequese é o mesmo que é celebrado na liturgia para ser vivido: “Pelos sacramentos a liturgia leva a fé e a celebração da fé e a se inserirem nas situações da vida” [6 CNBB. Animação da vida litúrgica no Brasil. São Paulo, Paulinas, 1989. n. 92 (Documentos da CNBB 43); cf. Puebla 922]. Por essa interação, a vida cristã é discernida à luz da fé e desenvolve-se uma co-naturalidade entre culto e vida: “Acolhemos com alegria o atual anseio de, nas celebrações litúrgicas, celebrar os acontecimentos da vida inseridos no mistério pascal de Cristo” [7 Ibidem 50].
2.2.4. CATEQUESE LITÚRGICA
120. A catequese como educação da fé e a liturgia como celebração da fé são duas funções da única missão evangelizadora e pastoral da Igreja. A liturgia, com seu conjunto de sinais, palavras, ritos, em seus diversos significados, requer da catequese uma iniciação gradativa e perseverante para ser compreendida e vivenciada (cf. AS 127b, 129, 151, 153). Ambas fazem parte da natureza e da razão de ser da Igreja. Os sinais litúrgicos são ao mesmo tempo anúncio, lembrança, promessa, pedido e realização, mas só por meio da palavra evangelizadora e catequética esses seus significados tornam-se claros. É tarefa fundamental da catequese iniciar eficazmente os catecúmenos e catequizandos nos sinais litúrgicos e através deles introduzi-los no mistério pascal (catequese mistagógica; cf. AS 129a).
121. A catequese litúrgica é um processo que visa enraizar uma união madura, consciente e responsável com Cristo, sobretudo através das celebrações, e leva ao compromisso com o serviço da evangelização nas diversas realidades da vida. A catequese litúrgica prepara aos sacramentos e ajuda a vivenciá-los: leva a uma maior experiência do mistério cristão. Ela explica o conteúdo das orações, o sentido dos gestos e dos sinais, educa à participação ativa, à contemplação e ao silêncio. As fórmulas litúrgicas (particularmente as orações eucarísticas) são ricas de conteúdo doutrinal que expressam o mistério celebrado: a catequese que leva os catequizandos à sua maior compreensão deve ser considerada como “uma eminente forma de catequese” (DGC 71; cf. CT 23; SC 35, 3; CDC 777, §1 e 2).
122. O processo da formação litúrgica na catequese possui os seguintes elementos:
a) a centralidade do mistério pascal de Cristo na vida dos cristãos e em todas as celebrações;
b) a liturgia como um momento celebrativo da História da Salvação. Ela é a memória da obra da Salvação, pela qual Deus redimiu o mundo; nela essa obra é levada a efeito, projetando-a para a sua realização plena no futuro (escatologia);
c) a liturgia como exercício do sacerdócio de Jesus Cristo e ação nossa em conjunto com Ele presente na celebração, pela força do Espírito Santo;
d) a dimensão celebrativa da liturgia, como uma ação ritual e simbólica, em que a assembleia é o sujeito, e o Ressuscitado preside a oração da comunidade, atualiza a Salvação na vida e na história de seus participantes;
e) a compreensão não só intelectual dos ritos e símbolos como reveladores da ação pascal de Cristo e experiências de encontro com o Ressuscitado;
f) a dimensão comunitária da liturgia com sua variedade de ministérios, exercidos com qualidade;
g) o exercício de preparar boas celebrações, realizá-las adequadamente e proclamar claramente a Palavra;
h) a participação dos cristãos na Eucaristia como o coração do domingo (cf. NMI 36);
i) o aprofundamento do conhecimento da Palavra na catequese como ajuda para a celebração da Palavra de Deus, sobretudo nas comunidades impossibilitadas de terem a celebração eucarística dominical;
j) a espiritualidade pascal, ao longo do ano litúrgico, como caminho de inserção gradativa no mistério pascal de Cristo;
k) a espiritualidade penitencial ou de conversão mediante a celebração do sacramento da Reconciliação;
l) o sentido dos sacramentos, especialmente a Eucaristia, como sinais da comunhão com Deus, em Cristo, que marcam, com sua graça, momentos fortes da vida e atualizam a Salvação no nosso dia-a-dia;
m) aprofundamento do sentido da presença de Maria no mistério de Cristo e da Igreja, e na vida de oração e serviço solidário dos cristãos, bem como a prudente e razoável devoção aos santos;
n) redimensionamento bíblico-litúrgico da religiosidade popular (bênçãos, romarias, caminhadas, novenas, festas dos padroeiros, ofícios divinos).
* OBS: O Documento 84 pode ser encontrado na íntegra para baixar na internet (formato pdf).

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