domingo, 22 de junho de 2014

LITURGIA - Aula 6. MODELO CATECUMENAL DE CATEQUESE

(aula ministrada pelo diácono Arthur no dia 11/06/2014)
6.1. CATECUMENATO
Processo em etapas para a Iniciação Cristã.
·        Inspiração atual: processo iniciático utilizado na Igreja de Roma no século II – fonte principal: Tradição Cristã de Santo Hipólito de Roma;
·        Pensa-se que este processo gradual tenha sido utilizado até meados do século IV e V quando o batismo dos adultos tornou-se menos frequente.

RESTAURAÇÃO DO CATECUMENATO
·        Missões na África
·        Sacrossanctum Concilium (SC 64): “Restaure-se o catecumenato dos adultos, com vários graus, a praticar segundo o critério do Ordinário do lugar, de modo que se possa dar a conveniente instrução a que se destina o catecumenato e santificar este tempo por meio de ritos sagrados que se hão-de celebrar em ocasiões sucessivas.”
·        Christus Dominus (CD 14): “Esforcem-se também por estabelecer ou organizar melhor a formação dos catecúmenos adultos.”

RICA (Ritual de Iniciação Cristã dos Adultos): 3 etapas ou passos (ritos litúrgicos)
·        Após conversão inicial e desejo de tornar-se cristão: ENTRADA NO CATECUMENATO
·  Após catequeses e prestes a terminar o catecumenato, inicia preparação espiritual imediata: PURIFICAÇÃO
·        Concluída a preparação espiritual: Vigília Pascal e/ou celebração dos sacramentos.

ETAPAS TERMINAM OU INICIAM TEMPOS
·        Pré-catecumenato: evangelização, período de conversão inicial;
·        Catecumenato: catequeses (Creio, Pai-Nosso,...)
·        Purificação Iluminação (Quaresma ou período que antecede celebração dos Sacramentos)
·        Mistagogia: catequeses pós-batismais (Sacramentos, Liturgia...)

OUTROS CAPÍTULOS DO RICA
2º Capítulo: rito simplificado para a Iniciação de adultos
3º Capítulo: rito abreviado de Iniciação de adultos em perigo de morte
4º Capítulo: preparação para a Confirmação de adultos batizados na infância
5º Capítulo: rito de Iniciação de criança em idade de catequese
6º Capítulo: textos diversos na Iniciação cristã de adulto

6.2 MODELO CATECUMENAL DA CATEQUESE
“as condições do mundo atual tornam cada vez mais urgente o ensino catequético sob forma de um catecumenato para numerosos jovens e adultos que, tocados pela graça, descobrem pouco a pouco o rosto de Cristo e experimentam a necessidade de a Ele se entregar” (Evangelii Nuntiandi, EN 44).

SÍNODO DOS BISPOS SOBRE A CATEQUESE (1977):
·        o modelo de catequese é o Catecumenato batismal que leva o adulto convertido a professar sua fé;
·        devem ser suscitados vários método de Iniciação cristã para os batizados que não foram evangelizados;

CATECHESI TRADENDAE (1979): o Papa João Paulo II publica esta exortação apostólica a partir das conclusões do Sínodo de 1977:
·        a catequese com adultos é a principal forma de catequese;
·        leva em conta mais o catecumenato pós-batismal que pré-batismal.

DIRETÓRIO NACIONAL DE CATEQUESE (2005): fala de Catequese inspirada no processo catecumenal (54-50).

DOCUMENTO DE APARECIDA (2007): fala da catequese como Iniciação cristã no Capítulo VI, nos itens 3º e 4º.

CARACTERÍSTICAS DO MODELO CATECUMENAL:
·        Sociedade descristianizada
·        Cristão torna-se, não se nasce! (Tertuliano)
·        Itinerário multiforme, complexo e longo
·        Avaliar a seriedade dos candidatos
·        Não batizar indiscriminadamente
·        Acento sobre a adesão de fé a Cristo.

OUTROS MODELOS
MODELO MEDIEVAL (sec. VI-XVI)
·        Societas Christiana: ser cristão = ser cidadão = ser pessoa civil
·        Cristão nasce, não precisa tornar-se
·        Batismo de crianças muitíssimo mais frequente
·        Catequese depois do batismo
·        Separação dos sacramentos da Iniciação

MODELO TRIDENTINO (Concílio de Trento, 1545-1563)
·        Cristão nasce, não precisa tornar-se, mas precisa conhecer a fé
·        Instrução religiosa

·        Não há preocupação de fazer nascer a fé (isso se aprendia na família, escola...), mas em vivê-la plenamente através da instrução e refutar os erros protestantes.

ANEXO:  Oração das Vésperas (São Barnabé)

segunda-feira, 9 de junho de 2014

BÍBLIA. Aula 5 - O EVANGELHO DE JOÃO

(aula do dia 04/06/2014, ministrada pelo diácono Ubirajara)
1º MOMENTO: Em grupo. Perguntas comuns a todos os grupos:
a) Qual é o sinal? b) Onde ocorre? Em que momento? c) Quais são os símbolos presentes neste sinal?
1) João 2,1-12. Qual é o papel de Maria nas Bodas de Caná da Galileia?
2) João 4,46-54. Por que Jesus não fez o sinal diretamente, indo à casa do funcionário do rei?
3) João 5,1-18. Quem é o paralítico hoje?
4) João 6,1-13: O que Jesus nos ensina com este sinal?
5) João 6,16-21. O que Jesus nos ensina neste relato?
6) João 9,1-7. Quem é o cego no dia de hoje?
7) João 11,38-44. O que Jesus nos ensina neste acontecimento?

2º MOMENTO:
O Evangelho de João é diferente dos três primeiros. Em João, encontramos sete sinais, que estão diretamente relacionados com a pessoa de Jesus. Os sinais são: 1- o vinho em Caná; 2-o filho do funcionário real; 3- o paralítico junto à piscina; 4- os pães na beira do lago; 5- o caminhar sobre o lago; 6- a cura de um cego; 7- a ressurreição de Lázaro.
O prólogo de João (Jo 1,1-18) lembra a introdução do Gênesis (Gn 1,1-31; 2,1-4a). No começo, antes da Criação, o Filho já existia em Deus, como expressão de Deus, voltado para o Pai. O Filho é a imagem do Pai e o Pai se vê totalmente no Filho, ambos num eterno diálogo de amor e mútua comunicação. É o mesmo princípio desde o início. O chamado de André (Jo 1,35-40) é o sexto dia, dia da criação do homem e da mulher.
1º Sinal: Bodas de Caná (Jo 2,1-12)O casamento é um evento que agrega muitas pessoas. É o primeiro sinal, que encabeça todos os outros sinais. Pelo sinal, os discípulos creem em Jesus. No casamento, Maria é uma convidada importante; com autoridade, translada os criados ao serviço de Jesus. No casamento messiânico (Cristo e Igreja), ela é a mãe do noivo. A mudança da água em vinho é a passagem da velha à nova aliança.
2º Sinal: Cura do funcionário do rei (Jo 4,43-54). Jesus não desce com o funcionário, mas diz: “Vai, teu filho vive!” (Jo 4,50). Jesus é Palavra de Vida (Jo 1,4).
3º Sinal: Cura do paralítico (Jo 5,1-18). O doente é um paralítico ou aleijado jônico. Não pode tomar iniciativa, ninguém o ajuda. Jesus toma a iniciativa e manda que o paralítico ande. Curar é parte de sua missão.
4º Sinal: Multiplicação dos pães (Jo 6,1-15). Jesus, o Pão da vida: prova o alimento cotidiano e se dá como alimento para a vida eterna = Eucaristia é partilha (retomado nos versículos 35ss).
5º Sinal: Jesus caminha sobre as águas (Jo 6,16-21). Pode-se chamar este relato de epifania ou cristofania, porque neles se manifesta sensivelmente a divindade poderosa: “Não temas, sou eu!”.
6º Sinal: O cego de nascença (Jo 9,1-41). Formula-se num jogo de paradoxos. Jesus vem dar vista aos que não veem e querem ver em profundidade e deixar cegos os que vendo não querem ver (Jo 9,39-41). Neste sinal, Jesus se revela como Luz do mundo. Dar a vista é iluminar, o cego passará da noite para o dia (9,4-5). Aquele que vem enviado para o céu e para a terra e com ela. Água lava e ilumina (Batismo). O cego curado começa a ser uma peça que incomoda, não manipulável e reconhece verdadeiramente Jesus como Senhor e não os poderosos manipuladores.
7º Sinal: a ressurreição de Lázaro (Jo 11,1-57). Jesus é a ressurreição e a vida. O grito de Jesus é soberano. Como uma vocação pessoal, como chamado à vida, como palavra criadora: que dá vida aos mortos e chama a existência o que não existe. Desatar Lázaro é como que romper com a morte.

BÍBLIA. Aula 4. OS EVANGELHOS

(aula ministrada em 07/05/2014 pelo diácono Ubirajara)

O Novo Testamento (NT) é uma coleção de escritos de numerosas fontes e se concentra, na maioria das vezes, num único evento histórico: a concessão de uma “nova aliança”.
O cânon do Novo Testamento começa com quatro documentos que levam o nome de seus supostos autores: Mateus (Mt), Marcos (Mc), Lucas (Lc) e João (Jo). Parecem ter sido a primeira parte do NT a tornar-se canônica, pouco antes do final do século II d.C.
Quem eram esses autores – “Mateus”, “Marcos”, “Lucas” e João”? Ninguém sabe. Esses nomes eram comuns na época. Nenhum deles traz menção ao nome do autor. É bem mais produtivo perguntar: para quê foram escritos? A concepção de cada autor era, sem dúvida, compartilhada no círculo em que ele vivia e prestava culto.
O primeiro evangelho a ser escrito foi Marcos, cerca de 70 d.C. Depois de Marcos, vieram Lucas e Mateus, em alguma data entre 80 e 90 d.C. João foi escrito perto de 100 d.C.

OS EVANGELHOS SINÓTICOS
Os evangelhos sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas) vinculam-se uns com os outros e com suas fontes de maneiras diversas. São chamados sinóticos porque possuem uma certa semelhança. João, porém, é um estilo único.
MARCOS: Aparentemente, era um cristão gentio que escrevia para outros cristãos gentios, numa época em que o distúrbio presente, em especial, era a guerra judaica de 66-70 d.C. Começa com um anúncio vigoroso e direto de Jesus Cristo como Filho de Deus. Marcos dirige a narrativa rapidamente para a crucificação porque para ele esse era o evento que dava sentido a todos os outros: Jesus nasceu para ser crucificado. Na versão de Marcos, Jesus passa pelo mundo sem ser percebido, a não ser pelas forças demoníacas. Seus discípulos não compreendem melhor do que os outros a sua natureza. Quando, no final, Jesus responde “Eu sou”, Marcos é o único evangelho qua registra essa resposta como uma afirmativa inequívoca Mc 14,61-62.
LUCAS. Lucas foi um cristão gentio de boa educação e de perspectiva cosmopolita, bem familiarizado com a “septuaginta”.
Lucas destaca a misericórdia do Pai (ovelha perdida, moeda perdida, filho pródigo) e um interesse especial pelas mulheres. Em sua história, elas tem muito mais proeminência e sempre sao apresentadas com simpatia e de modo verssímil.
MATEUS. O Jesus que Mateus apresenta é um profeta-mestre judeu, cuja autoridade peculiar vem tanto de ele ser Filho de Deus, como descendente direto de Davi, reunindo assim em sua pessoa todas as profecias messiânicas das Escrituras.
O evangelho de Mateus é dirigido aos leitores que tinham que estar, de tal modo come ele, convencido da autoridade do Antigo Testamento. O discurso principal do evangelho de Mateus é o Reino de Deus. Dividido em cinco partes, Mateus apresenta os sinais e etapas desse Reino.

BIBLIOGRAFIA:

A Bíblia como literatura, ed. Loyola.

domingo, 1 de junho de 2014

EVANGELII GAUDIUM - Comentário de Dom Vilson

Temas comentados sobre o Cap. II da Exortação Apostólica “Evangellii Gaudium”

A CRISE DO COMPROMISSO COMUNITÁRIO
Para se entender “a crise do compromisso comunitário” é preciso analisar alguns aspectos de nosso tempo...
1. DIMENSÃO ECONÔMICA
2. DIMENSÃO SOCIAL
3. DIMENSÃO RELIGIOSA

São muitas qualidades que uma pessoa tem de ter para ser catequista. A seguir elenco algumas dessas características:
1.    Pessoa que fez uma experiência de Deus, encontrou e continua encontrando-o nos irmãos e nos acontecimentos da História
2.    Pessoa de fé
3.    Pessoa que busca um equilíbrio psíquico-espiritual [...]

II.    AS    TENTAÇÕES QUE OS CATEQUISTAS PRECISAM EVITAR:
São muitas as tentações dos catequistas hoje. A seguir vou apresentar 7 tentações, não porque sejam as mais importantes, mas porque para um processo de superação deve-se começar aos poucos. Se dermos conta de 7, depois veremos outras 7 e assim por diante.
1.    Individualismo da fé.
2.    Não ao desânimo egoísta
3.    Não ao pessimismo estéril
4.    Não ao isolamento
5.    Não ao mundanismo espiritual
6.    Não à guerra entre nós
7.    Não ao clericalismo
... Que esta mensagem é para todos, de todos os lugares e culturas. Por causa do Reino nós deixamos nossas casas, nossas famílias, nosso conforto; por causa do Reino nós estudamos, nos preparamos e rezamos em comunidade; por causa do Reino suportamos chuva, frio e sol, humilhações e perseguições. Por causa do Reino nós encontramos alegria em meio as tristezas, força diante do medo, luz nas trevas. Tudo por causa do Reino prometido por Jesus. Não esmorecemos, nem desistimos. Porque sabemos que Deus está conosco, caminha conosco, nos encoraja e anima. Com Ele somos corajosos, capazes de vencer todo individualismo e tentações.
“Os desafios existem para ser superados. Sejamos realistas, mas sem perder a alegria, a audácia e a dedicação cheia de esperança. Não deixemos que nos roubem a força missionária!“ (EG 109).
+ Dom Vilson Dias de Oliveira, DC

Bispo Diocesano de Limeira
Leia na íntegra em:
http://www.cnbbsul1.org.br/reflexoes-sobre-o-capitulo-ii-da-exortacao-apostolica-evangelii-gaudium/