sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Escola de Formação para Leigos

Em 2015, a Escola será oferecida em Módulos Semestrais pela Faculdade Paulo VI. Divulguem e participem!
Onde? (polos em quatro cidades): Itaquaquecetuba, Poá, Suzano e Mogi das Cruzes (locais indicados no 2° cartaz). 
Inscrições: já estão abertas, nas Paróquias em que ocorrerá o curso.
Horário: 19h30 às 21h30. 
Dia da Semana: conforme o 2° cartaz
Início: 1ª Semana de Fevereiro 
Valor Semestral: 6 x R$ 30,00




Feliz Natal!

A todos os amigos e colaboradores, desejamos um Feliz Natal!
Que o menino Jesus, que acolhemos no Natal, ilumine nossa caminhada também em 2015!

domingo, 14 de dezembro de 2014

PROGRAMAÇÃO 2015

Aqui está a programação da Catequese Diocesana para 2015!
* Teremos um Retiro logo no começo do ano e o Dia do Catequista na Catedral, como de costume.
* Reduzimos a quantidade de Reuniões diocesanas, para privilegiar o trabalho nas paróquias e comunidades.
* A Escola Diocesana de Catequese será oferecida pela Faculdade Paulo VI, sob o nome de Curso de Teologia para Leigos, um curso modular, em 4 polos (Mogi das Cruzes, Suzano, Poá e Itaquaquecetuba). A cada semestre será oferecido um Módulo diferente. As aulas serão das 19h30 às 21h30, um dia por semana (estamos aguardando o calendário, que será fornecido pela Faculdade).
* A novidade será o Simpósio da Catequese Inclusiva, que contará com assessores especializados no assunto.
* A Jornada de Formação para Catequistas foi mantida, com o cronograma abaixo.
Divulguem e participem!















quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Catequética, Aula 7 - A ARTE DE CONDUZIR ORAÇÕES: A IMPORTÂNCIA DA ORAÇÃO

(aula ministrada por JOSÉ ROSILDO SANTOS, a partir de material elaborado por NAZIR RAMOS)

A oração é um dos elementos mais importantes no encontro catequético. O catequista deve sempre ter em mente que é preciso ensinar os catequizandos a rezar. Uma catequese que não desperte na turma uma atitude de oração acabará sendo uma mera troca de informações e não criará uma espiritualidade.
Rezar é conversar com Deus. Quando uma pessoa tem dificuldade de conversar com Ele, isso pode significar que Deus, para essa pessoa, ainda é um conceito distante, fora da realidade. Ao contrário, se a pessoa consegue se expressar livremente, abrindo-se no diálogo com Deus, isso pode significar que ela interiorizou a presença Dele em sua vida. Deus é, para essa pessoa, alguém próximo com quem se pode dialogar.
É costume dizer que a melhor maneira de avaliar a catequese é olhar a vida de oração dos catequizandos. Uma catequese superficial dificilmente resultaria numa vida de oração profunda.
Portanto, o catequista, além de cuidar da transmissão dos conteúdos da fé, precisará incentivar a vida de oração, ensinando a turma a rezar. Dizemos "ensinar", porque oração é algo que se aprende, com formas e métodos variados. O catequista ensinará a turma a rezar, conduzindo momentos de oração. Ele próprio precisará rezar com profundidade. Seu jeito de conversar com Deus será o principal estímulo para a turma. Além disso, o catequista poderá – e deverá – usar várias metodologias para conduzir orações.
Métodos e formas são os diversos jeitos de rezar. É importante variar os momentos de oração para enriquecê-los e evitar a rotina. Na catequese há inúmeras formas possíveis. Neste texto, veremos alguns desses métodos, assim como dicas de como trabalhar com eles para tornar o momento de oração mais rico e criativo.
ORAÇÕES DECORADAS
São aquelas orações tradicionais que a gente deve saber de cor. Todo católico deve saber rezar o Pai-Nosso, a Ave- Maria e muitas outras orações. Essas orações são importantes porque vêm de longa tradição na Igreja, são rezadas em comum nas celebrações, possuem um conteúdo rico e profundo. Entretanto, não devemos nos limitar a essas formas de oração. O grande perigo,  na catequese, é só rezar Pai-Nosso, Ave-Maria e Vinde Espírito Santo e não desenvolver outras formas mais expressivas de conversar com Deus. Outro grande perigo é essas orações se tornarem preces mecânicas, repetidas com a memória, não com o coração, como se fossem palavras soltas e sem sentido. Por causa disso, três atitudes são importantes quando o catequista lida com orações decoradas:
a) Alternar orações decoradas e espontâneas, variando a forma de rezar;
b) Ajudar a turma a compreender e ter sempre em mente o sentido dessas orações;
c) Lembrar que a linguagem dessas orações nem sempre é acessível à turma, o que faz supor a necessidade de estudar a oração para depois rezá-la.
ORAÇÕES REPETIDAS
   São orações espontâneas ou escritas que o catequista reza, frase por frase, para que a turma vá repetindo em conjunto. É uma forma válida, porque leva a pessoa a dizer e interiorizar coisas importantes dentro do tema do encontro, além de ser uma forma intermediária entre a oração decorada e a totalmente espontânea. A oração repetida deveria ser usada mais com grupos que ainda têm certa dificuldade de rezar de modo espontâneo. Podem ser adultos, jovens ou crianças. Esse tipo de oração tem certo caráter pedagógico: enquanto vai repetindo a prece formulada pelo catequista, a pessoa aprende a formular a sua própria prece. Até em missas ou celebrações com grande número de pessoas se costuma usar esse método. Vale lembrar, no entanto, algumas observações a respeito:
a) A oração deve ser feita na linguagem da turma.
b) Quem dirige a oração deverá rezar pausadamente, falando as preces com clareza;
c) Deve-se esperar que a turma repita a frase anterior para falar nova frase; do contrário, a turma não entenderia o começo da frase seguinte;
d) As frases devem ser curtas, senão a turma já as terá esquecido na hora de responder;
e) as frases devem ter sentido completo, tanto quanto possível. Se o dirigente parte de uma frase grande em vários pedaços, ao final ela poderá ter perdido o sentido;
f) Antes de começar a rezar, é preciso concentrar a turma para que a repetição não seja algo mecânico. Nesse sentido, o gesto ajuda muito.
MEDITAÇÃO DIRIGIDA
   Consiste em uma oração silenciosa, orientada pelo catequista. O catequista coloca todos em silêncio e vai dirigindo palavras que ajudarão a refletir e a meditar. O segredo dessa forma está no talento do catequista em manter o grupo em clima de meditação e em dizer palavras que possam interiorizar e transformar em sua própria oração. O silêncio ajuda na concentração. As palavras do catequista devem evitar a dispersão. De fato, uma oração totalmente silenciosa, se o grupo não for muito maduro, poderia logo gerar mais distração do que diálogo com Deus. Vale observar o seguinte:
a) É aconselhável, antes de meditar, combinar um gesto de recolhimento: fechar os olhos, abaixar a cabeça, sentar-se, colocar a mão no coração, etc.
b) Só é possível rezar assim se todos realmente fizerem silêncio. Se houver ruído é melhor nem tentar meditar. Nesse caso, a oração repetida funcionará muito melhor.
c) O catequista precisa conduzir a oração no mínimos detalhes, como se estivesse "hipnotizando" o pessoal. Deve dizer o que fazer, o que pensar, o que sentir. Isso ajudará a criar um clima favorável.
d) Para ajudar na concentração pode-se cantar suavemente uma música que ajude a rezar. Ou usar um fundo musical bem suave.
e) Na meditação dirigida, podemos distinguir dois momentos: primeiro o catequista vai concentrar a turma, colocando-a em clima de oração. É o que falamos no item anterior. Depois que todos estiverem concentrados, o catequista vai induzi-los à oração, por meio de palavras que possam repetir interiormente. Nesse momento, a tendência será sempre repetir as palavras do catequista. Por isso, será sempre bom usar a primeira pessoa e não a terceira. Exemplo: "Diga a Jesus: - Jesus, eu preciso de seu amor, eu quero ser amado pelo Senhor." ( Primeira pessoa); "Diga a Jesus que você precisa de seu amor, que você quer ser amado por Ele." (Terceira pessoa)
f) Esse oração precisa de uma conclusão. Para concluir, pode-se cantar uma música, ou fazer uma oração a uma só voz, ou uma oração repetida etc.
g) Lembramos ainda que nenhuma forma de oração deve ser prolongada demais. Isso cansaria a turma, gerando inquietação. A arte de conduzir orações supõe que o catequista perceba o momento certo de encerrar a oração, antes que o grupo dê sinais de inquietação.
ORAÇÃO ESCRITA
   Consiste em pedir que se escreva a oração que se deseja fazer. É uma forma mais trabalhada. A vantagem é que permite organizar melhor os pensamentos. É aconselhada quando se faz necessária uma oração que, além da espontânea e pessoal, seja também pensada e refletida. Exemplo:
a) Escrever uma avaliação de vida, dizendo para Deus quais são as maiores dificuldades que se tem enfrentado ultimamente.
b) Escrever uma carta para Deus, contando-lhe como vai a família.
c) Escrever um compromisso, colocando por escrito o propósito de seguir Jesus com fidelidade.
A oração escrita pode se tornar um momento profundo de desabafo com Deus, uma ocasião de se “soltar” com total sinceridade. O papel aceita tudo, calado. Depois de escrever a oração, é preciso ver o que fazer com o papel. Se forem escritas coisas pessoais e íntimas, é melhor queimar os papéis numa vasilha apropriada, enquanto se canta alguma canção. Se o conteúdo escrito pode ser lido, sem revelar coisas pessoais, cada um pode ler para os demais sua oração, ou pode-se partilhar a oração em duplas, ou ainda, expor os textos num cartaz etc. Antes, porém, de escrever, é preciso combinar o que se fará com os textos para não acontecer que alguém coloque num papel coisas que não deseja ver publicadas diante de todos. O catequista deverá ter essa sensibilidade.
ORAÇÃO A PARTIR DE SÍMBOLOS
    Também podem-se usar símbolos para motivar a oração: faixas, cartazes, objetos etc. Isso permite variar bastante, contanto que os símbolos sejam adaptados à realidade do grupo e este tenha maturidade para compreender a mensagem dos símbolos. Exemplos:
a) Escrever em   sulfite, ou outro material que achar pertinente,  várias fraquezas humanas e colocá-las sobre o altar ou  a mesa. Pedir que cada pessoa vá à frente, erga um cartaz e faça uma prece pedindo a Deus força para superar aquela fraqueza. Em seguida, rasgue-a e a coloque numa vasilha. Cantar algum refrão ou um mantra.  No final, queimar os papéis rasgados.
b) Colocar vários símbolos (pão, vinho, cruz, água, veste branca, óleo, vela, flores, espinhos, pedra) sobre o altar ou no chão. Estando todos em volta, convidar a louvar pelo que os símbolos representam.
c) Convidar cada um a escrever uma prece num coração e depois ofertar esse coração a Deus, colocando-o sobre o altar; enquanto se canta uma música apropriada.
    A oração, a partir de símbolos, acaba se tornando um verdadeiro ritual, uma autêntica celebração. Por isso, é importante. Depende, é claro, de um tempo maior e da arte do catequista de conduzir todos  à  compreensão dos símbolos. O segredo é usar símbolos  que expressem uma mensagem clara e sejam de fácil compreensão de todos.
SUGESTÃO DE ORAÇÃO PARA FAZER COM ADULTOS
OBJETIVO: Descobrir o valor da oração e a necessidade de orar
MATERIAL: Folhas de papel e lápis para cada participante; Bíblias.
Divida a turma em grupos. Distribua as leituras e perguntas por grupos diferentes. Dê um tempo para cada grupo ler, conversar sobre cada parte e responder de preferência escrevendo um texto. Depois junte todos, ouça as respostas e faça comentários.
Como e por que devemos orar? Mateus 6, 5 -13.
Como e por que devemos orar? Marcos 11, 22 – 25.
Como é a pessoa que costuma orar? Romanos 12, 10 – 21.
Para que serve a oração e a Palavra de Deus? Efésios 6, 10 – 20.
Respostas para ajudar na reflexão:
1 - Ao orar a pessoa assume a existência de um Deus amoroso que está atento para sua realidade e é Onipresente. A constância desta ação, inculca na mente Sua presença, levando a pessoa a sentir-se acompanhada. Na oração descobrimos nossa dependência do Criador, e a necessidade de Sua orientação, proteção, conforto. A prática da oração impulsiona a pessoa à disciplina da dependência; o que redundará em conhecimento, obediência, e bênçãos. A oração também possui uma função terapêutica, pois, leva a pessoa a abrir-se; a colocar para fora aquilo que incomoda, que amedronta; e que, se guardado, poderia facilmente redundar em distúrbios emocionais, ou mesmo depressão. Ao se colocar diante do Deus Amor; criador e sustentador do universo, inclusive de sua própria vida, a pessoa liberta-se da ansiedade de seu próprio controle.
Leia e medite com todos Filipenses 4, 4 – 9. 
A oração é importantíssima porque a partir dela o Espírito do Senhor trabalha em nosso ser, guiando e confortando-nos para uma vida melhor. 
Para refletir e rezar:
Mt 6, 7-8; Mc 1-35; Jo 16-20
Lc 5, 16; 6, 12-13; 10,21; 22,40-42; 23,34
Partilhemos nossas descobertas e terminemos com a oração que está em Mt 6, 9-13.


*O primeiro tema da semana de formação do Catequese Kids, é sobre a arte de se conduzir orações. Ele foi retirado do livro "Elementos de Didática na Catequese" da autora Solange Maria do Carmo, editora Paulus e publicado em http://catequesekids.blogspot.com.br/search/label/Ora%C3%A7%C3%B5es

Anexo: A PIPOCA (Rubem Alves)

Adaptei esse texto de Rubem Alves, que pode ser usado em uma dinâmica ou celebração usando como símbolo pipoca.
Nunca imaginei que chegaria um dia em que a pipoca iria me fazer sonhar. Pois foi precisamente isso que aconteceu. A pipoca, milho mirrado, grãos redondos e duros, me pareceu uma simples molecagem, brincadeira deliciosa, sem dimensões metafísicas ou psicanalíticas. Entretanto, dias atrás, conversando com uma paciente, ela mencionou a pipoca. E algo inesperado na minha mente aconteceu. Minhas ideias começaram a estourar como pipoca.
Percebi, então,a relação metafórica entre a pipoca e o ato de pensar. Um bom pensamento nasce como uma pipoca que estoura, de forma inesperada e imprevisível. A pipoca se revelou a mim, então, como um extraordinário objeto poético. Poético porque, ao pensar nelas, as pipocas, meu pensamento se pôs a dar estouros e pulos como aqueles das pipocas dentro de uma panela.
Lembrei-me do sentido religioso da pipoca. A pipoca tem sentido religioso? Pois tem. Para os cristãos, religiosos são o pão e o vinho, que simbolizam o corpo e o sangue de Cristo, a mistura de vida e alegria (porque vida, só vida, sem alegria, não é vida...). Pão e vinho devem ser bebidos juntos. Vida  e alegria  devem existir juntas.
A pipoca é um milho mirrado, subdesenvolvido. Fosse eu agricultor ignorante, e se no meio dos meus milhos graúdos aparecessem aquelas espigas nanicas, eu ficaria bravo e trataria de me livrar delas. Pois o fato é que, sob o ponto de vista de tamanho, os milhos da pipoca não podem competir com os milhos normais. Não sei como isso aconteceu, mas o fato é que houve alguém que teve a ideia de debulhar as espigas e colocá-las numa panela sobre o fogo, esperando que assim os grãos amolecessem e pudessem ser comidos. Havendo fracassado a experiência com água, tentou a gordura. O que aconteceu, ninguém jamais poderia ter imaginado. Repentinamente os grãos começaram a estourar, saltavam da panela com uma enorme barulheira. Mas o extraordinário era o que acontecia com eles: os grãos duros quebra-dentes se transformavam em flores brancas e macias que até as crianças podiam comer.
O estouro das pipocas se transformou, então, de uma simples operação culinária, em uma festa, brincadeira, molecagem, para os risos de todos, especialmente as crianças.
 É muito divertido ver o estouro das pipocas! E a transformação do milho duro em pipoca macia é um  símbolo da grande transformação por que devem passar os homens para que eles venham a ser o que devem ser. O milho da pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro. O milho da pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer, pelo poder do fogo podemos, repentinamente, nos transformar em outra coisa — voltar a ser crianças! Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo. Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho de pipoca, para sempre.
Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e dureza assombrosa. Só que elas não percebem. Acham que o seu jeito de ser é o melhor jeito de ser. Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. 
Dor. Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, ficar doente, perder um emprego, ficar pobre. Pode ser fogo de dentro. Pânico, medo, ansiedade, depressão — sofrimentos cujas causas ignoramos. Há sempre o recurso aos remédios. Apagar o fogo. Sem fogo o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação.
 Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pense que sua hora chegou: vai morrer. De dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: PUF!! — e ela aparece como outra coisa, completamente diferente, que ela mesma nunca havia sonhado. É a lagarta rastejante e feia que surge do casulo como borboleta voante. 
Na simbologia cristã o milagre do milho de pipoca poderá representar a morte e ressurreição de Cristo: a ressurreição é o estouro do milho de pipoca. É preciso deixar de ser de um jeito para ser de outro.

O SIGNIFICADO DO ADVENTO E DO NATAL

Aula ministrada pelo Professor Gabriel Frade em 12/11/2014, na Semana Litúrgica
(estamos aguardando o material)

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

CATEQUÉTICA, Aula 6. DISCIPLINA NA CATEQUESE

(Aula ministrada pela Professora NAZIR RAMOS em 05/11/2014)

A questão da disciplina é um desafio no mundo atual. Já se foi aquele tempo em que as crianças eram dóceis e obedientes, cheias de motivação para o aprendizado das coisas de Deus. A falta de motivação talvez seja a principal causa da indisciplina. Isso não se verifica só na catequese. As escolas enfrentam o mesmo problema e as famílias também não escapam da questão. Até na convivência social se nota mais indisciplina e menos respeito. Além da falta de motivação, o que se constata largamente é a falta de educação. Isto mesmo. A maioria dos psicólogos concordam em afirmar que as famílias de hoje estão, muitas vezes, com problemas na educação de suas crianças, que não sabem respeitar, nem obedecer, nem se comportar publicamente. Uma das preocupações da catequese precisa ser esta: formar para a convivência sadia. Então, é preciso enfrentar a questão da indisciplina. É um tema extremamente difícil. 

Focos de problemas disciplinares na catequese
A indisciplina é um fenômeno generalizado, em todas as turmas e idades. Não é fácil resumir suas causas. Mas podemos apontar alguns focos, ou seja, situações ou realidades que ajudam a provocar a indisciplina.
A falta de motivação da turma: Talvez seja o maior problema. A criança vai para a catequese sem estar motivada para isso. As famílias não respiram mais aquele ar sagrado que motivaria a busca do conhecimento das coisas de Deus. As crianças não compreendem como e por que a catequese pode ser importante. Para que rezar? Para que cantar? Para que ler a Bíblia? Não fica claro. Então a criança se dispersa e começa a fazer bagunça. Para enfrentar isso, o catequista precisa, antes de mais nada, ser capaz de motivar a turma. Não existem regras mágicas para isso. Na convivência com a turma, o catequista tentará ir descobrindo como fazer esta motivação. No entanto, vale lembrar alguns cuidados sem os quais não se faz motivação: simpatia do catequista, exposição inteligente e clara dos assuntos, segurança quanto à vocação de catequista, interesse por cada criança. Além disso, o catequista pode usar a criatividade, fazendo promoções, festinhas, passeios, etc.
O encontro mal dado: É outra questão que dificulta o entusiasmo da turma e provoca indisciplina. O catequista não precisa ser um pedagogo nato, mas precisa aperfeiçoar sua metodologia catequética. Estudar bem os assuntos, tirar suas dúvidas, treinar as músicas, ensaiar as leituras, compreender bem as atividades. Além disso, saber mostrar o por que e para que de cada coisa que se faz, saber chamar a atenção para a importância dos assuntos, saber fazer a ligação dos temas com a vida das crianças, fazer tudo com capricho e bom gosto. Quando o encontro é bem dado, a turma já se sente mais motivada. Às vezes, o catequista domina o conteúdo, mas não sabe transmiti-lo. A comunicação é a chave principal do encontro de catequese. 
O jeito do catequista: É outra questão essencial. Cada catequista tem seu jeito. Isso é óbvio. Mas há questões que podem ser melhoradas. O catequista precisa mostrar segurança e simpatia; mas não pode ser meloso, nem violento.  Deve ter voz forte; sem gritar o tempo todo. Se surgir algum problema, deve saber tomar decisões; sem perder o bom humor e sem se sentir culpado. Deve também estar atento para perceber tudo o que acontece na turma. Se surgir algum problema, interromper o encontro até que tudo seja resolvido. O catequista que continua falando no meio da algazarra acaba passando por palhaço diante da turma. Isso faz com que a turma perca o respeito. Outra coisa importante: tratar a todos de forma igualitária e ser sobretudo atencioso e amigo, sem deixar de ser firme.
O ambiente dispersivo: O ambiente circular e aconchegante ajuda na concentração e na comunicação. Ambientes muito grandes para turmas pequenas ou vice-versa, não são favoráveis. Ambientes muito próximos de barulhos também atrapalham a concentração. Tudo o que puder fazer para melhorar o ambiente ajudará na disciplina.
Idades misturadas: Outra coisa que não deve acontecer. Se houver na mesma turma crianças com idades muito diferentes, dificilmente o catequista conseguirá manter a disciplina. Por isso, as turmas já devem ser divididas de acordo com as idades das crianças.
Tipos mais comuns de indisciplina
É certo que, na hora de analisar a questão disciplinar, cada caso é um caso. Pessoas e circunstâncias são diferentes. Mas podemos enfocar alguns tipos mais comuns, só para ajudar a compreendê-los e a lidar com eles. Geralmente, a criança indisciplinada apresenta várias destas características ao mesmo tempo.
O problemático: É a criança que apresenta indisciplina por estar passando por problemas. Normalmente, os problemas vêm da família. é preciso ter em vista, no entanto que nem todas as crianças indisciplinadas são simplesmente problemáticas. Mas a criança pode estar atravessando uma fase difícil na vida:  problemas familiares, problemas na escola, divergências com os amigos, problema de saúde, tudo isso pode diminuir o interesse e a concentração do catequizando.  O problemático é meio imprevisível: às vezes torna-se agressivo e violento; outras vezes, faz greve de silêncio; outra, resolve ser do contra. Quando todos se sentam, ele fica de pé; quando todos se levantam, ele se senta. Portanto, para saber se a criança é indisciplinada por causa de problemas, o catequista precisa conhecê-la bem. Aí está o primeiro desafio. Importante também é saber que, mesmo estando com problemas, a criança precisa saber se comportar. Então, o catequista não permitirá um comportamento que prejudique o encontro. O mais aconselhável é que o catequista tenha uma conversa simpática e amigável em particular com esta criança, num momento favorável. 
O mal -educado: É fácil perceber quando a criança é sem educação mesmo. Como já diz o ditado "vem do berço". O mal-educado não sabe respeitar nada, nem ninguém. Interrompe quando não deve, age com grosseria. Nesse caso, é preciso mostrar energia. Repreenda-o com firmeza, mas com educação. Ao conversar em particular, seja firme e não dê tréguas. E, mesmo diante da turma, não tenha medo de chamar sua atenção. Quando o problema for falta de educação, não ignore. É preciso "pegar no pé" desse catequizando, sem se tornar excessivamente implicante.
O violento: É um tipo agressivo que mexe com todos e só pensa em brigar e mostrar força. Não só provoca dentro do encontro, mas depois também. O violento é uma pessoa que não sabe lidar com seu temperamento explosivo. Às vezes, é também problemático e sem educação. O problema maior é que uma criança violenta acaba provocando mais violência, despertando agressividade nos outros e oprimindo aos que são mais recatados. O catequista precisa intervir logo. Não deixe haver brigas dentro do encontro em hipótese alguma. Chame a atenção energicamente e com voz forte.
O catequizando violento e agressivo precisa saber que, durante o encontro catequético o catequista é o responsável pelo desenvolvimento do mesmo e tem autoridade. Então, exerça sua autoridade no melhor estilo.
O engraçadinho: É o palhacinho da turma. Faz todos rirem na hora mais inadequada. Basta um olhar dele ou uma careta para a turma achar graça, vira o centro das atenções e ganha destaque. Usa suas artimanhas para conquistar seu espaço e colher a atenção da turma. Se parar de fazer gracinhas, perderá sua extrema simpatia. O que fazer? Se forem brincadeiras inocentes, encontre uma forma de conviver com ele. Tente estabelecer momentos de fazer graça e momentos de ficar sério. Não o repreenda duramente em público, pois a turma o incentivaria a continuar só para provocar você. Não é bom que o catequista seja rabugento nesse caso. Ao contrário, a solução é ser bem-humorado. Às vezes, você pode até rir também. Com isso, você conquista a simpatia do "engraçadinho". E lembre-se: ele só vai respeitá-lo se aprender a admirá-lo. Ele pode se tornar seu aliado ou seu inimigo. Vai depender de seu jogo de cintura. Se as brincadeiras estão ultrapassando certos limites, tenha uma conversa em particular. Nessa conversa, brinque e seja amável. Mostre que é bom que ele seja simpático, mas que é preciso ter cuidado para não passar dos limites. Mostre claramente quais são estes limites e tente chegar a um acordo com ele. Se depois, ele esquecer de cumprir o acordo, chame sua atenção com o olhar, ou de forma bem-humorada. De preferência, ao chamar sua atenção, seja mais engraçado do que ele. Outra coisa: Veja como a turma reage ao "engraçadinho". Se suas brincadeiras já começaram a incomodar, então é hora de dosar seu estilo. Mas nunca perca a simpatia da turma por causa do "engraçadinho".
"O avacalhador": É um "engraçadinho" desajeitado. Quer ser simpático e acaba avacalhando tudo. Vai brincar e acaba causando grande confusão. Tolere simpatia, mas não aceite "avacalhação". Se for preciso, chame a atenção com certa energia, mas nunca com a mesma energia com que você se dirigiria ao violento. Se ele é simpático diante da turma, tome cuidado. Às vezes, para controlar suas trapalhadas, você acaba perdendo a simpatia da turma. Isso não vale a pena. Seja firme, mas simpático. Conquiste sua amizade, faça-o admirar você. Tente descobrir, mas sem perguntar a ele diretamente, o porquê de suas "avacalhações". Conhecendo suas razões, será possível compreendê-lo melhor.
"O mal-intencionado": É um tipo que se aproveita das situações para aprontar. Gosta de esconder suas "macaquices", põe a culpa nos outros. Fique atento: não deixe que ele enrole você. Veja tudo. Se for possível, coloque-o em um lugar onde possa ser visto. Ele difere do avacalhador por gostar de se esconder. Às vezes, tem atitudes bastante inconvenientes. Ao dar as mãos, belisca o colega. Quando vai dar abraço da paz, joga o outro no chão. Retira a cadeira para o outro cair no chão, enfia o dedo no olho do companheiro, passa as mãos nas pernas das meninas. É, enfim, um brincalhão que incomoda toda a turma com suas brincadeiras de mau gosto. E a turma, a o invés de prestar atenção no catequista, ficará de olho no mal-intencionado, para evitar cair em seus golpes. É preciso ter tino para controlar esse tipo.Se ele for simpático à turma, é preciso competir com sua simpatia evitando mau-humor. Converse com ele em particular e ajude-o a ser engraçado sem incomodar. Mas não o impeça de ser engraçado e simpático, porque é isso que ele quer e não consegue. Não deixe que ele forme turminhas dentro da turma. Ele terá uma enorme tendência a isso, pois não podendo agradar a todos, tentará arrebanhar alguns adeptos. E os colegas aceitarão ser amigos dele para ficar livres de suas brincadeiras de mau gosto. Desmanche as turminhas, isole o líder. Coloque-o perto de você. Quando for rezar em dupla, reze com ele; quando for dar as mãos, dê as mãos a ele. E fique de olho o tempo todo.
"O mal-humorado": É outro tipo difícil. É fechado, calado e azedo. Normalmente é antipatizado pela turma, costuma ter poucos amigos.Dá meias respostas com extrema má vontade. Pode se tornar aborrecido e agressivo. Não gosta de cantar, de rezar, de ouvir, nem de participar de nada. Odeia fazer gestos e atividades. Às vezes, é do contra: fica sentado quando deveria estar de pé, fica de pé quando deveria estar sentado. É difícil abordar esse tipo. Diante da turma, costuma ser melhor tratá-lo com indiferença, dar um "gelo". Em particular, é preciso tentar conhecê-lo para conquistar pelo menos um pouco de sua confiança. Pode ser uma pessoa que vive chateada e entediada, passando por problemas, e pode estar indo à catequese por mera obrigação. Se suas atitudes azedas estiverem causando um clima ruim na turma, chame a atenção em particular. Com muita simpatia tente convencê-lo de que assim não dá. Se for problemático, tente ajudar. Se você conquistar sua simpatia terá ganhado a batalha.
PROCEDIMENTOS MAIS COMUNS DIANTE DA INDISCIPLINA
1. Melhorar o domínio do encontro. Prepare bem o encontro, mostre segurança, Não perca o bom humor, nem entre em pânico. 2. Manter postura enérgica: Não permita algazarra. Use voz firme e chame atenção sempre que for necessário. Não chame atenção em nome de Jesus, mas sim no seu. 3. Agir com indiferença. Colocar no gelo, mas isso só em alguns casos. Quando uma criança está atrapalhando a turma, não é o caso de agir com indiferença. 4. Conversa em particular cobrando responsabilidade da criança. 5. Separar as crianças, se for o caso, mudar de turma. 6. Conversar com o padre. 7. Conversar com os pais.
Fonte: Agenda Diocesana de Catequese-2010/ Diocese de Divinópolis-MG, publicado em: http://tiapaulalimeira.blogspot.com.br/2012/01/disciplina-na-catequese.html

"O mais importante na catequese é que a nossa catequese leve a Jesus Cristo, que junto com o Pai e o Espírito Santo, fazem a obra da vida acontecer." Rossana

REUNIÃO DIOCESANA DE OUTUBRO (25/10/2014)

25/10/2014, Reunião mensal de representantes paroquiais de catequese, feita numa sala de aula no andar térreo. 
    O padre Thiago fez a ACOLHIDA de todos os presentes, perguntando o nome e a paróquia de cada um. Em seguida, conduziu a ORAÇÃO INICIAL, fazendo memória a São Frei Galvão  e a partilha do evangelho (Mateus 22,34-40). Deus nos chama à partilha, à ação junto ao irmão (próximo), o que leva ao amadurecimento na fé. Nossa FÉ é alicerçada na Igreja. A fé contém um aspecto subjetivo, pessoal = dom que Deus dá a cada um, e um aspecto objetivo = conteúdo. Precisamos considerar os dois aspectos para que haja “entendimento” e possamos “testemunhar” o que acreditamos em gestos concretos. 

  O TEMA da formação foi “Espiritualidade do catequista”, baseado no livro “Discípulos catequistas” (Pe. Vicente Frisullo, Paulinas). O termo “espiritualidade” nos remete à condição espiritual (alma, coração) e à vida no Espírito (cf. Rm 8,1-17). A Catequese pode ser entendida como vida espiritual que se partilha, que se doa, mesmo que incompleta (a caminho). A Catequese tem o momento da preparação, do “encontro” propriamente dito e da oração; é um processo que se alimenta continuamente porque se constrói na caminhada e que ocorre na oração. No Batismo, é aberto o caminho para o céu; recebemos uma marca que não se apaga, porque é inscrita em nosso coração; somos configurados a Cristo nas atitudes e no empenho diário. A espiritualidade cristã contempla a “humildade” = imagem (não é a mesma coisa, não tem a mesma natureza, é parecido) e semelhança de Deus (dependência amorosa Dele, “sem mim, nada podeis fazer”); e a “confiança” = lançar-se, abandono (como a criança que confia na avó e chora, sente-se abandonada, se ela não estiver mais quando a criança voltar); “A minh’alma tem sede de vós, como terra sedenta e sem água!”, cf. Salmo 42 (41). Dimensões da espiritualidade: “cristocêntrica” = trinitária (= comunidade de amor), “sacramental” = eucaristia e reconciliação (= cultivo espiritual), “oração”, “bíblica”, “eclesial”, “mariana” e “solidária”. 


   Encerrado o tema, fizemos a PARTILHA das experiências sobre a passagem da Bíblia peregrina nas paróquias: na N. Sra. Carmo (Itaquá), fizeram gincana; na Santos Apóstolos (Itaquá), cada comunidade trouxe uma Bíblia para ser enviada; na Santa Isabel (S. Isabel), a Bíblia fez peregrinação, acompanhando a imagem de S. Isabel nas comunidades, passando também pelas pastorais, uma procissão como Ato Penitencial (e com slides para reflexão); na Bom Jesus e na N. Sra. Aparecida (Arujá), trouxeram as fotos dos eventos da Bíblia peregrina; etc. 

Encerrada a partilha, encerramos a reunião com uma Oração e com o lanche.

SEMANA TEOLÓGICA

A teologia Latino-americana, encarnada na história do povo*
Prof. Ms. Maria Angélica Moreira

·        Teologias europeias: Teoria Dialética e Teoria da Práxis;
·        Concílio de Trento: dogmático;
·        Concílio Vaticano II: pastoral.

Eventos que preparam o Concílio Vaticano II:
·        Crescimento da importância dos leigos na vida da Igreja;
·        Novo florescimento pastoral (experiências novas, diante da realidade urbana);
·        Movimento catequético: perspectiva bíblica, litúrgica e missionária;
·        Movimento bíblico: exegeta católico.

Precedentes sócio-econômico-políticos na América Latina
·        Consolidação do processo industrial;
·        Aumento da diferença entre ricos e pobres (aumento dos pobres);
·        Teoria da dependência (sociólogos): América Latina num processo de subdesenvolvimento à há interesse em manter a dependência (Medelin, pobreza 1-2: pede aos pastores a libertação).

Precedentes eclesiais
·        Ação católica chega ao Brasil (1935): recristianizar através dos leigos;
·        Ação católica especializada (1945): ver-julgar-agir-celebrar (Pe. José Cardim) e movimentos sociais = JAC (Juventude Agraria Católica), JEC (Juventude Estudantil Católica), JIC (Juventude Independente Católica), JOC (Juventude Operária Católica) e JUC (Juventude Universitária Católica);
·        Movimento de Natal (Dom Eugenio Sales): escolas radiofônicas;
·        Bispos começam a se envolver com as questões sociais: estudam fora do país e voltam com vontade de pensar.
·        Concílio Vaticano II (1962-1965): Aggiornamento = atualização da Igreja e diálogo com o mundo moderno
·        Mendelin: adaptar o Vaticano II à realidade do povo marcada por relações de injustiça;
·        Pacto das catacumbas (Domitila, 39 bispos): pobres no centro do ministério pastoral.


(incompleto)

OBS:* Anotações minhas sobre a palestra do dia 22/10/2014, na Semana Teológica da Faculdade Paulo VI. Rossana

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

NA PRÓXIMA QUARTA-FEIRA 22/10, NÃO HAVERÁ AULA NA ESCOLA DIOCESANA DE CATEQUESE. CONVIDAMOS OS ALUNOS E TODOS OS DEMAIS INTERESSADOS QUE PARTICIPEM DA SEMANA TEOLÓGICA, PROMOVIDA PELA FACULDADE PAULO VI. 
(Mais detalhes, veja no site da diocese.)
http://www.diocesedemogi.org.br/nossa_diocese_noticia.php?id=97

INICIAÇÃO, Aula 6. O ESPAÇO CELEBRATIVO

(aula ministrada pelo Professor Gabriel Frade em 15/10/2014)

Observação: Este material, intitulado "Programa iconográfico para espaços celebrativos", foi elaborado por outro professor com imagens da internet.









INICIAÇÃO CRISTÃ NO RICA

(Anotações referentes às aulas de Agosto, Setembro e 01/10)

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

CATEQUÉTICA, Aula 4. METODOLOGIA NA CATEQUESE

(aula ministrada pela Professora NAZIR RAMOS em 24/09/2014)

“Nenhuma metodologia dispensa a pessoa do catequista no processo da catequese. A alma de todo método está no carisma do catequista, na sua sólida espiritualidade, em seu transparente testemunho de vida, no seu amor aos catequizandos, na sua competência quanto ao  conteúdo, ao método e à linguagem. O catequista é um mediador que facilita a comunicação  entre os catequizandos e o mistério de Deus, das pessoas entre si e com a comunidade”   (DNC 172)
1. IMPORTÂNCIA DA METODOLOGIA NA AÇÃO CATEQUÉTICA
Uma das preocupações mais intrigantes para os catequistas é com relação à Metodologia. Cada vez mais nos defrontamos com a necessidade de melhorarmos e crescermos na missão catequética. Ao preparar um encontro catequético sempre vêm à mente aquelas perguntas: “Como vou preparar o meu encontro?”,  “De que maneira vou trabalhar com os catequizandos?”,  “Qual o caminho a percorrer?”.
A palavra método é uma palavra de origem grega (méthodos, do grego – odós, caminho), que quer dizer caminho, estrada que ajuda a chegar aonde que se quer, isto é, alcançar a meta proposta.
O método catequético supõe uma ação de planejamento, o qual requer:
a) “domínio” do conteúdo a ser transmitido (O QUÊ?)
b) conhecimento da realidade e da vida dos catequizandos (QUEM?)
c) objetivos claros e concretos (PARA QUÊ?)
d) discernimento para escolher o melhor caminho, o método mais apropriado (COMO?)
e) capacidade para agendar as datas e administrar bem o tempo (QUANDO?)
f) clareza quanto à razão da sua missão e do caminho a ser percorrido (POR QUÊ?)
A catequese pode ter vários métodos. Assim, como para se chegar a um endereço determinado, pode-se fazer uma longa caminhada, passar por desvios e pontes desnecessários ou encontrar a maneira mais rápida para chegar à meta proposta.
Na educação da fé pode acontecer o mesmo. Quando não temos objetivos claros e nem sabemos como realizar o que desejamos, podemos nos perder no caminho sem chegar a alcançar a meta proposta. Na catequese, precisamos percorrer os caminhos mais adequados para vivenciar um processo eficaz: “Para isto, é preciso não esquecer que além dos objetivos, precisamos ter em mente a realidade em que trabalhamos (rural, periferia, urbana), os destinatários com suas experiências, cultura, idade, os conteúdos a ser refletidos, vivenciados, o uso de uma linguagem adequada, e a comunidade que é fonte, lugar e meta da catequese” 
 A Conferência de Aparecida fez, sobre a caminhada da Igreja Latino-Americana, uma séria reflexão sobre os métodos utilizados pela Igreja na Catequese e na Ação Evangelizadora.
Depois de elencar as conquistas e os aspectos positivos (a animação bíblica da pastoral, renovação litúrgica, empenho dos ministros ordenados e dos leigos e religiosos, a ação missionária e a renovação pastoral da Igreja), a conferência apresentou algumas sombras e retrocessos (reducionismos, enfraquecimento da vida cristã, falta de acompanhamento aos leigos, florescimento de espiritualidade de cunho intimista, linguagem distante da Igreja, escassez de vocações, católicos afastados, trânsito religioso, pluralismo religioso, afastamento e falta de coragem e perseverança na fé). Dentre os quais, elencamos duas:
       “Percebemos uma evangelização com pouco ardor e sem novos métodos e expressões, uma ênfase no ritualismo sem o conveniente caminho de formação, descuidando outras tarefas pastorais” (DAp 100 c).
       “Na evangelização, na catequese e, em geral, na pastoral persistem também linguagens pouco significativas para a cultura atual e em particular para os jovens. (...) As mudanças culturais dificultam a transmissão da Fé por parte da família e da sociedade” (DAp 100 d).
      Tal constatação nos convida a re-pensar nossa ação catequética, procurando novos caminhos e novos meios para transmitir a mensagem de fé. Sobre a importância do método, convém refletir alguns aspectos:
a)    Método Catequético supõe um caminho a ser trilhado, a ser construído. Como diz o provérbio: “não há caminho pronto, caminho se faz ao caminhar”.
b)    O catequista faz parte do Método Catequético: seu jeito de ser, olhar, escutar, falar, sorrir, questionar, trabalhar, pontuar e agir;
c)    O Método supõe sempre uma ação comunitária: ele passa pela partilha em grupo e aproveita os espaços onde há reflexão, planejamento, ação e avaliação;
d)    Método é uma experiência de convivência e de amizade. O método transforma as pessoas, de desconhecidas a bons amigos. Aqui não há espaço para isolamento, inimizades ou monólogos. Jesus fez do seu seguimento um método bastante eficaz para os seus discípulos. Ele mesmo se colocou como caminho (Jo 14, 6);
e)    Método é procedimento: acolher, ver, iluminar, agir, celebrar e avaliar;
f)     Método é interação: Fé, Vida e Comunidade;
g)    Método é aprendizagem (aprender-fazendo, aprender-ensinando) e oportunidade para aprimorar a escuta (ouvir-rezando; ouvir-sentindo e ouvir-amando).
h)    Método é comunicação através da linguagem verbal e não verbal (gestos e símbolos);
i)      Método é ação criativa e dinâmica. É caminho de construção, instrução e desconstrução.
2. O ENCONTRO CATEQUÉTICO
“A pedagogia catequética tem uma originalidade específica, pois seu objetivo é ajudar as pessoas no caminho rumo à maturidade na fé, no amor e na esperança”. (DNC 146)
O encontro de catequese não é uma aula, e não há aluno e professor, mas catequizando e catequista. O encontro catequético é um encontro de fé, espaço privilegiado de educação e amadurecimento da fé.
O encontro é uma feliz oportunidade para aprender, ensinar, sentir, criar, descobrir e experenciar. A catequese é exigente! Não dá para ficar com aquela ideia de que basta ter boa vontade para fazê-la. Todos devem estar preparados para a catequese: o catequizando, o qual deve estar motivado para participar e o catequista, o qual deve ter preparo e testemunho de fé. A comunidade também tem um papel importante para a catequese, como escola de comunhão e acolhida e ambiente propício para a iniciação e o testemunho da fé.
A metodologia da Catequese é a metodologia da Igreja. Ela contempla alguns passos importantes: VER – ILUMINAR – AGIR – CELEBRAR - AVALIAR.
Dentro do encontro catequético, estes momentos podem ser contemplados.
 Mais do que nunca, o século XXI exige de nós catequistas uma nova maneira de evangelizar e catequizar as crianças, jovens e adultos. Sonhamos com uma catequese que parta da realidade, que seja iluminada pala Palavra de Deus. Sonhamos com uma catequese que valoriza os laços de amizade e os sentimentos. Sonhamos com uma catequese comprometida com os valores do Reino de Deus. Sonhamos com uma catequese que conduza nossos catequizandos a serem autênticos e fiéis seguidores de nosso Mestre Jesus.
 Para que isso aconteça, não existem receitas prontas. Existem caminhos que precisam ser trilhados. Cabe a cada catequista, de acordo com sua realidade, descobrir qual o melhor método (caminho) a ser seguido para que a catequese alcance seu objetivo de construir comunidades.
Eis algumas dicas para melhorar a qualidade do encontro catequético:
1. Conheça o seu grupo de catequizandos, chamando-os pelo nome. Interesse-se por conhecer cada família e a realidade de cada um.
2. Busque apoio em alguém para resolver as dificuldades surgidas; seu coordenador deve estar a par de tudo.
3. Procure variar a disposição dos lugares na hora do encontro. A disposição em semicírculo é sempre muito boa: todos se olham de frente.
4. Evite as improvisações. Prepara cada encontro com antecedência. Tenha seu caderno de preparação e avaliação sempre em dia e em ordem.
5. Evite a rotina. Aproveite para isso as celebrações e revisões. Quando sentir que o grupo está desinteressando, prepare um encontro-surpresa: passeio, confraternização, jogo...
6. Procure conhecer o conjunto da programação e do material que pode ser utilizado na catequese. Isso lhe dará segurança.
7. Use com critério e criatividade o seu material à sua disposição. Saiba inculturar de acordo com a realidade de cada um.
8. Procure valorizar e acompanhar os catequizandos, dando-lhes algumas responsabilidades e oportunidades para participar ativamente do encontro catequético.
9. Esteja sempre em contato com a coordenação. Ela ajudará você a resolver suas dúvidas e você sentirá que não está sozinho nessa obra. Não desanime! O trabalho que vale a pena, sempre exige compromisso e sacrifício.
10. Não se interesse pelo catequizando somente no momento do encontro. Ele precisa ter a certeza de que você está pensando nele, querendo o seu bem. Procure saber do que ele gosta, quais seus problemas.
11. Participe intensamente de sua comunidade. Carregue no coração a alegria de pertencer a uma comunidade cristã, mesmo com suas dificuldades. Lembre-se de que você é um legítimo representante e servidor da Igreja, no ministério do anúncio da Palavra.
12. Seja uma pessoa de oração. Reze. A Palavra de Deus deve ser para você um livro de meditação diária. Não uma oração alienada da realidade, mas uma oração comprometida com a vida e a realidade.
13. Seja frequente nos encontros de formação de catequese, correspondendo ao chamado de Deus com responsabilidade. Seja presente e atuante na vida da sua comunidade. Seu testemunho de vida é a forma mais eloquente para viver o ministério.
3. COMO PREPARAR UM ENCONTRO CATEQUÉTICO:
Visto os meios e recursos disponíveis, o catequista deve preparar antecipadamente o encontro. E como preparar um encontro de Catequese? Eis alguns passos:
1. Olhar a realidade: quem são? Crianças? Adolescentes e Jovens? Adultos? Onde vivem?
2. Traçar o objetivo do encontro: o que se pretende alcançar com esse encontro? Qual sua finalidade? Tente formular um objetivo bastante simples e bem concreto. Algo bem “pé no chão”.
3. Escolher o conteúdo: qual a mensagem a ser anunciada? Que tema trata o encontro? Qual o texto da Palavra de Deus será proclamado e refletido no encontro? Quais as perguntas que poderão ser feitas a fim de ajudar a entender o texto?
4. Selecionar o método apropriado: como chegar lá? Quais os meios e recursos serão utilizados para transmitir a mensagem?
5. Executar o que foi planejado: colocar em prática tudo aquilo que foi preparado com antecedência.
6. Avaliar o encontro: o objetivo do encontro foi alcançado? Se não foi, por quê? Houve imprevistos? O que não ficou claro e precisa ser esclarecido? Houve uma boa participação?
4. REGRAS DE OURO PARA O BOM ÊXITO DE UM ENCONTRO:
a) Divida bem o tempo do encontro, de modo que a metade seja ocupada pelos catequizandos, incentivando sua participação e entrosamento nos temas abordados.
b) Evite atrasos. Saiba chegar com antecedência para os encontros. Assim você terá oportunidade para preparar o ambiente e acolher cada catequizando que chega.
c) Inicie sempre os encontros com uma oração. Pode-se invocar o Espírito Santo, fazer uma oração espontânea. Faça uma pequena recordação da vida, para colocar na oração intenções, nomes de pessoas ou fatos ocorridos na semana e que merecem nossa atenção.
d) Procure primeiro OUVIR. Retenha seu saber para despertar nos outros o prazer pela busca, pela partilha e pela construção de novas ideias.
e) Valorize as colaborações dos catequizandos, mesmo que suas ideias não estejam muito claras. Saiba dar o devido valor à partilha e ao trabalho do grupo.
f) Tente inspirar confiança, respeito e alegria através da sua presença. Não tente inibir o catequizando com o seu olhar e outras posturas.
g) Valorize a diversidade e os dons de cada um. Você não é poeta? Algum catequizando talvez seja. Você não canta? Algum talvez cante.
h) Quando for necessário dialogar, não queira que a sua ideia ou sua cabeça prevaleça. Aponte caminhos, mas nunca feche assuntos e questões.
i) O catequista também ensina, em nome da Igreja, por isso, apresenta a verdade de fé, não segundo suas intuições, mas de acordo com o que a Igreja prega e ensina.
j) Ao escolher uma criatividade ou dinâmica para os encontros procure variar, levando em conta os cincos sentidos: ouvir (audição); ver (visão); degustar (paladar); cheirar (olfato); trabalhar as mãos (tato). É bom variar pra não cansar explorando somente um sentido!
k) Saiba criar dinâmicas de acordo com as idades dos catequizandos: desenhos, gestos, cantos, gincanas, jogral, encenação, trabalhos em grupos, gravuras, recortes de jornal, slides, fantoches, histórias em quadrinhos, audiovisuais, filmes, poemas, cartazes, pintura, etc...
l) Saiba colocar um toque de humor em cada encontro. O encontro de catequese não pode ser uma reunião séria, como se fosse uma reunião de executivos. Tem que haver descontração, deve saber equilibrar, oferecendo possibilidades de desenvolver o lúdico.
m) Se os catequizandos falam alto demais, fale mais baixo. Você adquire o silêncio, sem ter que perder a paciência, ou pior sem ter que berrar achando que vai apaziguar a situação.
n) Não humilhe, não despreze e nem deixe ninguém de lado. Saiba controlar aqueles que facilmente participam para não intimidar mais ainda os que ficam muito quietos e sem iniciativa.
o) Cada um é um. Por isso, evite fazer comparações entre os catequizandos.
p) Quando der alguma atividade em grupo, procure perceber se está havendo a participação de todos, ou se tem algum que não se envolve. Procure ter essa sensibilidade para não deixar essa situação atrapalhar a participação e a aprendizagem de todos.
q) Saiba ser presença junto a cada catequizando, ao longo do encontro. Manter uma comunicação com cada um é a melhor forma de obter disciplina. Você poderá se comunicar efusivamente com o olhar, um gesto, um sorriso e uma palavra, sem soar como se estivesse vigiando ou desconfiando da capacidade do catequizando.
r) Apresente os objetivos do encontro de forma atraente e desejável. Nunca falar claramente, deixe sempre um enigma a desvendar no final.
s) Terminar o encontro com uma oração e sempre que puder ajudar o grupo a assumir um propósito para ser realizado naquela semana e que esteja em sintonia com o tema que foi refletido.
5. A LINGUAGEM NA CATEQUESE
Vivemos na sociedade da informação e da tecnologia, marcada pelos impactos da globalização. E a catequese se coloca diante desse mundo plural com várias vozes e vários estereótipos. Junto aos areópagos da pós-modernidade, a catequese tem a missão de tornar não só clara e audível, mas também crível, a Palavra de Deus, precioso tesouro anunciado ao longo dos séculos pelos profetas, mártires, discípulos e discípulas que ardorosamente deram seu testemunho com coragem e alegria.
Não é possível pensar que hoje todos tenham de ter uma única linguagem, um mesmo jeito de falar e de anunciar a mensagem cristã. Contudo é possível que todos procurem entender a essência da mensagem e a ela possam aderir, transmitindo ao mundo pela fidelidade, a fé que edifica o Reino de Deus. Não há como haver uma única linguagem, mas é possível que todos estejam sintonizados na mesma frequência que oriunda do Evangelho.
 O Diretório Nacional de Catequese coloca como desafio: “formar catequistas como comunicadores de experiências de fé, comprometidos com o Senhor e sua Igreja, com uma linguagem inculturada que seja fiel à mensagem do Evangelho e compreensível, mobilizadora e relevante para as pessoas do mundo de hoje, na realidade pós-moderna, urbana e plural” (DNC 14b).
Enfim, falar de linguagem é falar de inculturação e esta prática torna-se cada vez mais irrenunciável para a ação catequética: “a catequese tem a missão permanente de inculturar-se, buscando uma linguagem capaz de comunicar a Palavra de Deus e a profissão de fé (Credo) da Igreja, conforme a realidade de cada pessoa” (DNC 149).
Documentos citados
DNC    Diretório Nacional de Catequese, documento 84 da CNBB, 2005
DAp     Documento de Aparecida, CELAM 2006
Do site: http://catequistabr.dominiotemporario.com/doc/CBV-CATEQUISTA-FORMACAO-DIO-PA-04.pdf