LITURGIA DO 2° DOMINGO DA QUARESMA
A
Igreja celebra neste domingo a Transfiguração do Senhor, a antecipação da glória
de Cristo aos discípulos mais íntimos, Pedro Tiago e João, para que dessem
continuidade a sua missão: a salvação do homem. O futuro de todo cristão
transformado pela sua ressurreição.
Pedro,
Tiago e João os discípulos amados de Jesus, os quais compreendiam de forma mais
madura os ensinamentos de Jesus, que se revela à medida que compreendem e experimentam
o seu verdadeiro significado, colocando-se à disposição da missão para a qual
foram chamados. Eram possuidores de uma fé experimentada e provada ao
caminharem com Jesus em direção oposta ao judaísmo.
A experiência pessoal com Jesus os leva a metanóia,
ou seja, a uma mudança de vida, mentalidade e de atitudes que culminam em uma
maturidade espiritual mais profunda, porém limitada para compreender alguns
eventos atuais e futuros relacionados à missão de Jesus.
O "sim" ao chamado, caminhar ao lado de Jesus, reconhecê-lo como Mestre, aprender dele, que é manso e humilde de coração (Mateus.11,29), permitiram a eles estarem presentes no momento da Transfiguração, onde Jesus mostra sua verdadeira face e resplandece sua glória. Um momento ímpar, inimaginável ao homem em sua humanidade,. Tão sublime, que Pedro se atreve a dizer: “Mestre é bom para nós estarmos aqui".
Jesus ao realizar tal feito, estava preparando os discípulos, (que neste momento não entenderam nada) para os eventos futuros: da sua paixão, morte e ressurreição. Moisés e Elias, simbolizam a lei e os profetas. Jesus veio para dar um novo sentido à lei judaica, o cumprimento das profecias e tornou-se a plenitude dos tempos e da revelação de Deus ao homem. Foram os primeiros a fazer essa experiência, estavam na presença da Trindade contemplando a sua glória.
A
nuvem no Antigo Testamento é a representação da presença divina ao longo da história do povo
hebreu: como na saída do Egito (Êxodo 13,21), no monte Sinai (Ex 19,16), na tenda da
reunião (Números 9,15-23). No Novo Testamento, está presente na Transfiguração, na ascensão de
Jesus (Lucas 9,34. Atos 1,9) e na sua segunda vinda (Marcos 14,62).
Deus
se faz presente e, em resposta à palavra de Pedro, Deus chama a atenção:
"Este é meu filho amado, ouvi-o",
para que compreendam o quão sublime é este momento que acabaram de presenciar.
Portanto, algumas coisas ainda é mistério. Não entendiam algumas palavras,
eventos e atos realizados por Jesus, não por ignorância, mas porque ainda não
era o momento. Tudo é no tempo de Deus e no processo de caminhada que se desenvolve
ao longo da missão enquanto cristãos.
Sendo
assim, é possível perceber o que o Pai reserva aos que decidiram seguir Jesus,
aos que negaram a si mesmo, tomaram a sua cruz e salvaram a sua vida por amor
dele (Mateus.16,24-25), e poderão contemplar a sua face na eternidade.
Para
nós cristãos católicos a Transfiguração está presente em cada missa celebrada,
em cada Eucaristia consagrada e comungada.
Os discípulos de Jesus fizeram a experiência da Transfiguração mediante
a presença física de Jesus. Viram com seus próprios olhos. Porém nós, fazemos a
experiência da Transfiguração com Cristo ressuscitado. Experimentamos mediante
Jesus eucarístico, simplesmente com os olhos do coração, "bem aventurados
os que creram sem ter visto" (João 20,29).
Este
evangelho deixa clara a certeza do que há de se encontrar após a morte: um lugar reservado por Deus a cada
homem que acolhe e faz uma profunda experiência, ao ouvir o que Ele fala através da sua Palavra e caminhar para uma mudança de mentalidade e atitude, ao
passo que se faz a experiência pessoal com Ele.
Se não houver mudança de mentalidade, não haverá mudança de atitudes, e tudo continuará do mesmo jeito e seremos privados de experimentar a graça de Deus em nossa vida. Que a paz de Cristo esteja contigo!